Desejo de ira
Hoje eu queria que a lei da reciprocidade valesse
Queria que essa merda de mundo bebesse do seu próprio vômito
Que ele comesse as cascas de suas próprias feridas
Feitas para esconder o que não queriam
Queria que ele, o mundo, engolisse cada gota de sangue derramado, assim podre de tantos anos passados.
Adoraria vê-lo sucumbir em seu esterco, afundar lentamente na bosta de onde saí.
Queria que hoje, a minha febre fosse dele, a minha dor fosse a dele, que a minha mãe fosse a dele.
Queria que ele provasse o quão difícil é engolir um sapo
[vivo, esperneando e de verrugas purulentas.
Ver que cara ele faria se o chamassem de lixo.
Se o jogassem no lixo.
Ah! Como eu gargalharia ao vê-lo arder em suas próprias fogueiras, sufocar em suas câmaras de gás ou chorar por seus membros decepados.
E não estou à mínima com a tal piedade, o “Somos irmãos” ou coisa que o valha...
... Nós não valemos para ele.
N-A-D-A!!!
Somos sua escória, seu asco, seu nojo...
Somos a sujeira debaixo do tapete.
Somos um tumor que sangra.
Somos [ O ] vírus em suas veias.
Nós, a minoria, somos a consciência que GRITA!