Desejo de ira

Hoje eu queria que a lei da reciprocidade valesse

Queria que essa merda de mundo bebesse do seu próprio vômito

Que ele comesse as cascas de suas próprias feridas

Feitas para esconder o que não queriam

Queria que ele, o mundo, engolisse cada gota de sangue derramado, assim podre de tantos anos passados.

Adoraria vê-lo sucumbir em seu esterco, afundar lentamente na bosta de onde saí.

Queria que hoje, a minha febre fosse dele, a minha dor fosse a dele, que a minha mãe fosse a dele.

Queria que ele provasse o quão difícil é engolir um sapo

[vivo, esperneando e de verrugas purulentas.

Ver que cara ele faria se o chamassem de lixo.

Se o jogassem no lixo.

Ah! Como eu gargalharia ao vê-lo arder em suas próprias fogueiras, sufocar em suas câmaras de gás ou chorar por seus membros decepados.

E não estou à mínima com a tal piedade, o “Somos irmãos” ou coisa que o valha...

... Nós não valemos para ele.

N-A-D-A!!!

Somos sua escória, seu asco, seu nojo...

Somos a sujeira debaixo do tapete.

Somos um tumor que sangra.

Somos [ O ] vírus em suas veias.

Nós, a minoria, somos a consciência que GRITA!

Tiago Marques
Enviado por Tiago Marques em 30/06/2008
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