ADEUS – SEM CONTESTAÇÃO




Meu amor,

Hoje refaz a terceira linha dos meus sonhos em que debrucei a minha cabeça no silêncio, e também não sei como tudo aconteceu. Não sei os motivos que elevaram aos maiores degraus dessa corrente de decepções. Mais saiba que todo o arvoredo plantado entre nós dois, foi dissipando entre as nuvens que atravessam os meus olhos. Não pensei de outra maneira, e nem ultrapassei as jornadas que se estendem em cada horizonte quando o sol nasce. Porém, a vida é a construção exata do que poucos imaginam ser, fluentes e desgovernados por nossas visões. Um dia, quem sabe! Estarei ao teu lado para contemplar na tua alegria na distância oposta pelo sorriso e embalado na minha tristeza que se descreve em cada letra desta carta, aglutinando somente o meu único espaço.

Fico imaginando, que as causas são origens que surgem com o tempo, e vão repassando nas entrelinhas encurtadas desse sossego. Quiçá! Meu amor se permite adornar com este termo o teu nome para esmagar as saudades que se alonga durante o dia e extermina nos meus sonhos à noite. Ainda, mais uma vez, quero sempre afirmar em teus ouvidos, a chama que incendiou as lembranças de cada amanhecer ao teu lado, sem perceber que as rosas também murcham suas flores. Não, não pense assim. Se em todos os momentos em que mergulhei no teu oceano, e navegando descobrir o teu amável encanto, não serei tão injusto a desconhecer que os teus horizontes são os meus e que se uniram no outono passado.

Eu sei que tudo se acaba, assim como tudo se constrói nas escaladas das horas, e às vezes se perdem nas profundezas de cada palavra mal interpretada ou lançada nos ouvidos do tempo. Ante essa circunstância avassaladora que sombreou todos os meus dias, fiquei apenas imaginando os desenhos das tuas mãos no balanço do adeus, desfechando o meu único sorriso e apertando as batidas do meu coração. Certamente que assim o fizera tendo em vista também que as minhas locuções foram totalmente atrofiadas com o gesto de despedida. Sim, eu entendo que esses elementos característicos de desfazimento são tocantes na vida de quem não ama mais, e que por razões particulares são todos remediáveis.

Ainda assim, proclamo a palavra “Meu amor”, único fruto dessa ordenança que ficou nos moldes de exemplificação magoada das minhas lembranças, pois, o pretérito é o armazém atinente ao conteúdo dos meus passos que ficaram nas longas estradas incontestáveis. Sem turbulência desse meu encanto por ti, não será obstante essa incerteza produzida num único adeus que prescinde os meus alicerces sentimentais. Eu vou atender com êxitos, a tua despedida exasperada dentro do meu íntimo que partiu em milésimos de estruturas os sonhos tão afirmados que somente a tua nobre pessoa fora capaz de esmagar com exclusividade.

Também, vou remeter sem formalidades, que o teu adeus foi para mim a expressão de “Deus o acompanhe” e detalhadamente esvazia neste evento, a minha tristeza da incomunicabilidade varrida de um amor que chegou ao fim, mais que eu não posso esquecer ainda de você.

Bye-bye

ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 02/07/2008
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T1061978
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