A última carta

Agora que sinto desfalecer minha felicidade, escrevo-te poucas linhas e grande sentido de amor. Sei que hoje teu orgulho é audaz mas, talvez, a vida o mude e envelheça-o e não saberás das tantas cartas que te confesso meu sentimento, que abro minha memória, que falo do meu sofrer.

O desafio contraditório da tua arrogância deixou a saudade de um amor acabado sem ao menos ter seu principio, já sou resto de vida, um mundo terminado no inicio da tua felicidade.

São tantas cartas sedentas de amor que têm o fim amassado pelas mãos que quiseram te acariciar, é mais uma carta que jamais lerás, pois embora teu completo esforço, nunca entenderás meu sentimento.

- Loucura, dirás de repente, tolamente emocionante!

Por essas curtas frases que é mais uma carta que rasgo sem chegar ao seu destino. Então controlo meu pranto de dor e a resumo numa carta de amor, a última carta, pois fiquei velho e trêmulo, minha vida se resumiu na tua espera, na esperança da tua volta.

Esta é a última carta que rasgo, amor!

(Direitos autorais reservados)

Nica Barros
Enviado por Nica Barros em 05/02/2006
Código do texto: T108410