NORTOM, DESCULPE-ME (cor)

(corrigido)

NORTOM ME DESCULPE

Não deu mesmo para eu ir ao seu enterro sabe. Quando alguém mais velho que a gente morre é que estão respeitando as leis naturais da vida, mas quando é alguém mais novo a gente vê nisso um desrespeito às mesmas leis, mas faz parte, somente faz parte das coisas da vida que não precisam ser explicadas, só faz parte...

Você que nasceu em cima de moto, lembra da queda da Indian do seu pai o tio Dito, (tio Dito não, me chame de Monteiro, porque Dito é nome de preto, inexplicável orgulho de nossos antepassados) você não saia da garupa dela. Um belo dia, nesse você não estava na garupa, ele levou uma queda em uma rua de Itaberaí, quebrou a perna, acho. Mas naquela pacata cidade onde nada acontecia, esse foi um episódio que marcou época. Houve até vereador que fez um projeto de colocar naquela esquina da praça um monumento lembrando o feito heróico do seu pai. Parece até premonição familiar de praças, o seu irmão Honestino Monteiro Guimarães é hoje o nome de uma praça no setor Universitário de Goiânia, os "bebuns", chamam-na de praça do Chafariz, sabe porque? Com a filosofia de "Bebuns" ninguém discute...

Nossa convivência foi muito pouca, das raras vezes que eu ia a sua casa no Plano Piloto você não estava e eu discutia mais com o Guimarães, para nós os primos, para vocês irmãos ele era o "Gui"...

Não vou lhe falar que Deus te acompanhe você sabe por que, mas em nome dele me despeço com um "até breve"...

Goiânia, 16 de julho de 2008.

LIBERTAS QUE SERÁ TEMEM