O Amor

O coração é um trapaceiro de primeira... Se o amor fosse um jogo, a razão perderia fácil. Mas, como não é a razão às vezes dá os seus pitacos, o coração quase sempre não a escuta, talvez seja esse o motivo pelo qual não mandamos em nossos corações.

Cada vez que alguém faz o nosso coração bater mais forte, nossa respiração atuar de forma frenética e desenfreada, isso são sintomas de uma paixão... Mas e quando essa paixão começa a falar mais alto, e quando essa paixão se torna um amor? Já era... Pois o amor chega como quem não quer nada, bem de mansinho e de repente explode, deixando qualquer um desnorteado, sem saber ao certo como agir...

Ainda mais se esse amor for alguém que parece possível, mas que a cada dia se torna mais distante... Como um sonho... Esse amor fica no limite exato entre a utopia e a realidade. Não se sabe ao certo para qual lado da balança ele pesará de verdade...

A dúvida que esse tipo de amor traz é quase sempre letal. É um veneno que vai consumindo a razão, de tal forma que se perde o controle pelas próprias emoções, ora se está triste, ora se está feliz... Essa inconstância torna o amor complicado de se lidar... Mas o amor nunca fora fácil antes e nunca será...

Mas a duvida pode calar esse amor pode sufocar qualquer paixão, por um tempo, nunca para sempre... O mais difícil disso tudo é admitir para si mesma que está apaixonado por alguém, o segundo passo é pior ainda: admitir para a pessoa que se ama que está amando...

Quando isso acontece, quando se admite para si mesma e para quem interessa, tudo poderia ficar mais claro... Mas tudo se escurece... E não se sabe, mais o que fazer, como agir... Parece que falta coragem, que falta àqueles sonhos que povoavam a mente quando não se sabia ao certo que caminho tomar...

Uma vez seguindo o caminho do amor... Todos os problemas são possíveis e passíveis e todos eles atuam como solução deles mesmos... O amor é o problema e a solução que todos precisam...

Quando se está amando e se é correspondido, tudo na vida parece ter outro sentido, tudo ao seu redor parece ter algum propósito, o de amar e ser amado... Mas quando se ama por si só, quando não se é correspondido, vive-se à eterna ilusão do será.

Será que ele realmente me ama, ou será que é só amizade? Será que um dia serei feliz com quem amo? Será? Será? Será? Essas perguntas estão mais parecendo de consulta feita a cartomantes...

Mas o amor é assim mesmo, besta e maduro, louco e sensato... O amor é a dualidade do ser humano... Nada o constrói e o destrói de uma maneira tão arrebatadora, avassaladora quando esse sentimento divino e diabólico...

Só o amor é capaz de juntar as duas forças contrárias da existência humana: o mal e o bem, o demônio e o deus. O amor é composto dos "ades", fidelidade, lealdade, sinceridade, humildade... E assim por diante... Mas o amor também é pecado, desejo, luxuria, prazer...

O amor é o paraíso e o inferno da alma. É onde encontramos a calma para seguirmos adiante e as tempestades que nos fazem mais fortes... E é nessa dualidade do amor que encontramos a força motriz que nos torna tão dependentes desse sentimento...

É você ser deus e o diabo ao mesmo tempo... É você ser uma dama na rua e uma puta na cama... Ou ser um cavalheiro na rua e um insaciável na cama... É você ser deus de dia e o diabo de noite...

Mas se o amor não for cuidado, pode ser tornar o sentimento que muitos acham terrível, mas na verdade não passa do sentimento mais fraco e mais fácil de lidar que existe: o ódio.

Quem odiou já amou muito na vida, já amou muito a vida... O ódio é a parte má e o amor a parte boa de existir, persistir e consistir no mundo. Nunca o amor será tão forte quanto o ódio, o ódio é mais fraco... O ódio é uma espécie de amor deficiente, de um amor incapaz de enxergar a grandeza que compõe ele mesmo...

Quando odiamos alguém é porque na verdade amamos, e quando odiamos a nós mesmos por termos amado alguém ou feito algo estranho à razão, é porque continuamos amando...

O amor é contradição e perfeição ao mesmo tempo... O amor é purificação e perdição... O amor é o oposto e o complemento, é capaz de fazer com que tenhamos atitudes que jamais teríamos se não amassemos...

Mesmo se não estamos esperando-o, ou se não estamos preparados para amar o que menos importa é se a nossa atitude ou nossos sentimentos são certos ou errados. No amor, tudo está válido e inválido ao mesmo tempo, talvez seja por isso que ele seja tão complexo, infinito, extenso, complicado...

A complicação do amor não está nem no homem e muito menos na mulher, está nas situações, na construção do caminho a se seguir... Uma decisão errada no inicio nunca mais será corrigida, assim como um acerto jamais poderá se transformar num erro...

Nenhum acerto e nenhum erro acontecem por acaso, nada que se faça por amor é em vão. Por isso, o amor é tão cheio de mistérios, mistérios que nos envolvem, nos chamam, nos possuem, nos consomem e nos viciam...

O amor é um vicio necessário, por isso amamos de diferentes maneiras, por isso há tantos amores: amor pequeno, amor incondicional, amor louco... Existe amor para todos os gostos, para todas as almas, para todos os corações...

Basta olha ao redor, se alguém cuida, está sempre ao seu lado, te apoiando por pior, ou melhor, que você esteja, se não se importar com nada nem ninguém, com obstáculos ou se conforme com a amizade, essa pessoa te ama com toda a força que um amor pode ter, existir e persistir.

Se nada mais importa além do sorriso mais sincero, da felicidade completa mesmo que não seja ao seu lado, de poder olhar para quem se ama e ver que a felicidade, a tristeza e todos os sentimentos que o compõe te completam: se está amando da forma mais pura, bela e intensa.

O amor está a sua espera, em qualquer esquina, em qualquer olhar... Pode estar longe ou perto, basta você enxergar o mundo com os olhos do amor que você o encontrará...

SHEL AHMAD
Enviado por SHEL AHMAD em 12/09/2008
Reeditado em 06/09/2013
Código do texto: T1174065
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