...no colo de Deus!

A coisa mais importante que pode acontecer a uma pessoa é quando descobre seu pai verdadeiro, se por algum motivo não o conheça ainda. A emoção toma conta e, com certeza, o pai, que tem amor, esperou muito por isso, tanto quanto o filho. Há muitos motivos que podem ter causado a separação, mas a conseqüência para a vida de ambos é negativa, em qualquer situação.

Estava pensando no meu Pai original.

Certa vez, Ele resolveu criar uma família muito numerosa e escolheu um lugar e preparou do seu jeito, com muito carinho, para que pudesse ser a residência ideal para seus familiares. Com muito cuidado e amor ele criou seu primeiro filho, esculpindo-o com as próprias mãos usando como matéria prima o elemento natural do seu habitat, o pó da terra. Soprou em suas narinas toda a sua vida. O fôlego de vida de seu primeiro filho significou o meu Pai dando de Si para sua geração, com tudo que isso representa: sabedoria, justiça e retidão.

O que meu pai queria? Uma família que fosse grandiosa e que possuísse seu DNA básico, e que pudesse ser com Ele uma comunhão de paz e alegria.

Isso deu certo por algum tempo. Logo depois criou uma filha, com genes extraídos do primeiro filho, para garantir que todos os seus descendentes tivessem as mesmas características essenciais para um bom viver. A partir daí, estava tudo arranjado para a família aumentar e aumentou bastante. Meu pai, com muito carinho, não abriu mão de estar sempre com meus irmãos mais antigos, sempre e todos os dias. Tinha até um cantinho preferido para esses encontros e bate papos. Acho que era muito aconchegante a presença de todos nesse cantinho. Os dois filhos tinham sempre a presença do Pai e poderia até dizer que o colo do Pai era a maior prova de seu amor pela sua família.

Passado algum tempo, como os filhos tinham liberdade para ir e vir e fazer o que lhes aprouvesse, resolveram deixar o convívio familiar, para descobrir seu mundo, sozinhos. Isso custou muito caro! Perderam o colo do pai, que tinham todos os dias. Eles até poderiam viver separados do pai, mas o colo faria muita falta. O ombro paterno e o abraço apertado e protetor do pai não estavam mais com eles.

O amor do pai fazia com que Ele também sentisse muita saudade e quisesse seus filhos de volta. Sempre estava por perto procurando ajudar para que seus filhos, agora muito numerosos, não sofressem tanto. A ausência fazia muito mal ao pai também.

De varias formas ofereceu de novo o colo para seus filhos, mas de pouco valia. Os filhos não entendiam que voltar para a casa paterna era a melhor maneira de resolver isso.

Como eu entrei para a família?

Meu pai, Deus, enviou um filho especial, que já estava com Ele desde o principio, para ensinar o caminho de volta para o colo do pai. Ele defendeu os necessitados, os menos favorecidos, os desprezados, enfim veio em defesa dos membros da família de Deus que estavam abandonados por aqui, sem ninguém a protegê-los... sem colo! Jesus deu colo a todos os oprimidos e cansados e os aliviou com afagos, com palavras amigas e calor interpessoal.

Num momento muito especial de seus ensinos, quando chegavam os seus derradeiros momentos aqui na Terra, pois sabia que queriam assassiná-lo, chamou um de seus discípulos para orientá-lo a seguir seus ensinos. Chamou Pedro e perguntou se este o amava mesmo. Pedro respondeu que sim, mas para ter certeza de que o discípulo estava falando com a razão e não da boca para fora, perguntou mais duas vezes. Pedro confirmou que sim, ao que Jesus disse: apascenta minhas ovelhas!

Ora, sem amor, seria impossível alguém dar colo para os cansados e oprimidos, como Jesus fez e estava dizendo para fazermos. Apascentar, mais que tudo, significa cuidar, com muito carinho... dar colo mesmo! Como o Pai fez no jardim, como Jesus fez em todos os dias que esteve aqui na Terra, falando de amor ao próximo! Ora, como amar a Deus se não fizer o que nos é enviado a fazer? Apascentar ovelhas, aliviar pessoas oprimidas e cansadas?

Jesus disse: “vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”. Nessa visão, posso afirmar, com certeza, que a igreja de Cristo, que se iniciou com Jesus e seguiu-se, a partir daquele apascente as minhas ovelhas dito a Pedro, é o colo de Deus hoje! Então, não seria incorreto pensar que eu sou o colo de Deus para você e você é o colo de Deus para mim. Deus nunca abandonou seus filhos e nunca deixou de oferecer colo a quem estivesse carente.

Nesse tempo, o do Novo Testamento, nós somos o COLO DE DEUS! Que esse colo não esteja indisponível por minhas próprias conveniências!

Que Deus te abençoe e te faça compreender que, como participantes de sua família, temos laços afetivos com Ele e para com os irmãos.

João Carlos da Silva
Enviado por João Carlos da Silva em 07/10/2008
Reeditado em 01/06/2009
Código do texto: T1216596
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