Eloá

Ouvi os comentários durante a semana, acompanhei os notíciarios sobre o assunto, tinha certeza de que os acontecimentos terminariam assim mas faltou uma parte da história, ele deveria ter dado um tiro em sua própria cabeça para dar credibilidade ao sentimento que julga ter pela menina mas ele deu um fim na mulher que amava e se acovardou para fazer o mesmo consigo e sabe lá Deus qual o sentimento que tinha realmente, pois amor não era pois quem ama não mata!! este sentimento o qual este monstro sente é o sentimento de posse quem tem este sentimento, não aceita perder, não aceita de modo algum que a mulher que foi sua um dia jamais seja de outro.

Este incidente todo, me fez lembrar da ocasião da minha separação da mulher a qual mais amei, Eu vivi as mesmas emoções, tive as mesmas vontades, não queria em hipotese alguma que aquela mulher que tinha sido minha de corpo e alma fosse pertencer à outro homem, que aquele corpo que eu tanto venerei, desejei, e beijei fosse beijado e amado por outro homem.

As noites após a nossa separação foram dolorosas, vazias, infinitas

perambulei pelas ruas maquiando uma vingança eu a amava desesperadamente e ela não me acreditava, fiz loucuras como jurar com sangue e enviar a ela como prova do meu amor, andei nas madrugadas, sentei em frente a casa dela muitas vezes, pensei em entrar, pensei em raptar, pensei em fugir, pensei em me matar.

O amor que eu a dedicava era grandioso, eu faria qualquer coisa pelo bem estar dela por ela, o que ela me pedisse, o que ela desejasse eu faria por ela, mas jamais em todo o amor que sentia eu seria capaz de uma atrocidade desta, e ela apesar do meu amor, ela desejou se afastar, ela desejou a separação, e eu que a amava desesperadamente aceitei seu pedido de liberdade, na realidade ela se sentia sufocada com o amor que lhe era dedicado, ela não compreendia tamanha servidão, ela não acreditou que um homem poderia a amar com tamanha dedicação e este amor a sufocou, ela pediu socorro, e eu na loucura do meu amor a liberei, jamais eu poderia por fim à aquela Pessoa, à aquele corpo, jamais eu poderia destruir um ser o qual eu amei desesperadamente, eu seria incapaz de qualquer ato, o qual viesse a ferir mesmo sabendo-me ferido em meu ego, ferido em meu coração, tendo sido desprezado meu AMOR, meu sentimento, minha dedicação.

Não entendo como alguem que se diz amar, comete tal atrocidade, não isso não foi amor, quem ama jamais mata, quem ama vive de recordação, quem ama sonha acordado, sonha dormindo, mas jamais mata, Eloá foi a realização de um sonho, Viveu por quinze anos e partiu, partiu devido a ignôrancia de um idiota, um ateu, um cretino, e ela partiu e deixou a alguns á esperança de vida que ela tinha, deixou a determinação através da doação de teus orgãos, ela vivera com certeza em cada uma das pessoas as quais de ti receberam este presente de vida, Eloá desculpe-me por fazer esta alusão usando o que te aconteceu, para re-lembrar e escrever uma parte de minha estória, mas não resisti.

Perdoa-me a alusão, mas de alguma forma fica registrado a minha indignação e revolta com o fato ocorrido.