Ao meu amor primeiro...

Querido... Hoje é dia primeiro de novembro e estamos atravessando pra o dia dois pois são exatamente 23:51 hs. Há tempos que eu queria expressar tudo que tô sentindo e ainda não tive vontade, ou quem sabe: oportunidade... O que houve entre a gente não foi caso perdido, não foi página virada, muito menos obra do acaso. Foi além... E tão além que teve um fim, mas uma coisa é certa, valeu a pena! Tanto que amadurecemos o tempo que estamos passando longe um do outro... Só tenho medo de amadurecer demais e passar do tempo. Mas é isso que tô a espera: do tempo! Este mestre que nos ensina sempre, e que nos faz o que somos, seja com burradas ou com jogadas inteligentes.

Você diz que me quer de volta, mas o que vem na minha cabeça é o medo de que aconteça tudo novamente, e isso é inevitável, e não é culpa minha, medo de ser novamente insultada, trocada e ser utilizada como simples menininha bem criada, pra casar... Porque eu sou além disso, eu sou uma mulher com sentimentos, uma mulher que podia dizer que te amava muito, e talvez até te ame mais, não sei! a distância nos faz delirar... Então, talvez te ame mais, só que já não pode mais dizer com a mesma segurança de antes, porque seria uma denúncia, socialmente falando: um erro... Porque você se distanciou [ou será que fui eu] e esta distância nos fez errarmos mutuamente em nossos sentimentos e comprometermos nossa imagem. Porque o coração é aquele labirinto no qual enxergamos a entrada, mas a saída, esta é difícil, e muitas vezes saímos caminhando, errando, erros sem conserto, e isso nos compromete enquanto seres de uma sociedade que visa a imagem, e é esta imagem que nos afasta, a minha, a tua, o que construímos neste intervalo de "solteiridão" e de descompromisso que acabaram atando-nos compromissos.

E quer queiramos ou não, nosso amor ficou em segundo plano, segundo plano este que pode acabar se ocultando ou quem sabe nos machucando até a jornada de cada um de nós acabar...

Eu não sei o que fazer, meu diagnóstico pode ser o de uma loouca, quem sabe? E se o autodiagnóstico funcionou com tantos teóricos célebres porque não comigo? Porque não consigo encontrar a saída deste labirinto, e este me parece interminável, e se eu não acabar encontrando o minotauro, poderei chegar ao fim das forças e descarregar como uma pilha inanimada.

Não sei se devo deixar esta carta chegar até você, talvez alguém a leia antes, se sensibilize, mas algo é certo, palavras e conselhos não resolvem meus problemas, a solução é simples, está na minha mão, mas sinceramente não sei se devo usá-la... A máscara do certo me impede, e isso me frustra por não ser dona do meu próprio destino.

Um abraço de quem pode não permitir-se estar ao seu lado, mas que sempre vai desejar isto!

Tua Eugênia!

Magna Eugênia
Enviado por Magna Eugênia em 02/11/2008
Código do texto: T1260988