Castelo de Segredos

Afirmo-te que não devia te escrever, ora sei que não era prudente, pois já havia garantido que não o faria.

A verdade é que não me contenho nessa sua indiferença e que devia-lhe lembrar que era pra ser minha, mas vejo que fostes mais uma vez precipitado.

Acredite, relutei muito para que este momento não viesse a ser. Tu bens me conhece e sabes como sou...

Tenho tentado por vezes te falar que palavras não bastam, mas tu pareces não querer... Pareces que não queres crer nos meus olhos e no que realmente vê.

Lamento profundamente que sejamos ambos inflexíveis.

Eu insisto, reafirmo, que tu entendas que a estrada é só uma... Os caminhos é que são muitos.

Terrivelmente o medo assombra e inibe que te chame de volta, já que fui eu quem foi embora. Entretanto explica-me porquê haveria de ainda ficar?

Já não conseguia olhar-te na cara, o teu olhar expressivo sem nenhuma explicação ruía-me a sobra de força que despunha para achar tolerância.

Procurei paciência em um céu tão grande que estou prestes a perdê-la.

A palavra certa seria dor! Pois é isso que sinto ao ver que me deixas partir. A minha inconstância leva-me para longe de ti. Este teu silêncio suga-me a coragem e você insiste em fazê-lo para maltratar-me, fazes isso tão calmamente que me aflinge, e o cansaço está condenando a espera.

Cuidadosamente tento alertar-te da mutação que os sentimentos fazem.

Aceite minhas rosas e não queira nunca, jamais, os meus venosos espinhos.

Razão! Tu tens não nego. O que renego é o deserto ao qual fui parar.

Não me perguntes por quê sou assim por quê te afasto de mim. Eu não sei. Mas, não julgues que não te tenho afeto.

Sei que é difícil entender. Então desculpa-me isso e algo mais.

Luyzla Garrido
Enviado por Luyzla Garrido em 03/04/2006
Código do texto: T133298