Carta número 4

O que eu fiz foi errado Caim, não tenho objeções. Como havia dito, estou disposto a mudar, e para começar isso, devo primeiro ter humildade: Ouvirei seus pais e a você; devo pedir sim desculpas, por mais que isso não sirva mais; abaixar a cabeça e admitir que errei deve ser feito.

Eu tenho uma nítida impressão que minha falta de experiência no convívio social tenha prejudicado muito nossa relação. Eu sou arrogante, prepotente e não meço conseqüências, ou seja, ainda estou com o pé no mundinho juvenil. Acredito que em relação à adolescência, eu melhorei muito. Compreendo que tudo isso é importante para meu desenvolvimento como pessoa, porém, eu não sei o caminho nem a maneira de chegar lá.

Eu te peço do fundo do meu coração que você me ajude, que tudo isso seja para nós dois.

Eu prometi a você que não te trataria mal, que nossa relação se pautaria pela confiança e respeito. Vou fazer isso sim Caim.

Porém, Caim, o principio maior é não te fazer sofrer, portanto, naquilo que não te atingir, seja paciente e esteja a meu lado. Sou bem sozinho Caim, e também sofro por isso. Gostaria muito de uma relação que incluísse não somente o respeito e confiança, mas aquele companheirismo do "na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença", algo que nós una espontaneamente. Quero que durante nossas tristezas e tragédias pessoais tenhamos um ao outro.

Então Caim, você tem um companheiro cego. Você irá me dar seu braço para atravessar a rua?

Plínio Platus
Enviado por Plínio Platus em 08/01/2009
Código do texto: T1373171