Oi, querida amiga

É gostoso mesmo receber a tradicional cartinha com selo! Hoje chegou a sua.

Morri de rir com a história do anil e do rouge... Lembrei de vovó Eudóxia recebendo a cabeleireira na casa dela, eu era bem criançona ainda. A mulher veio para o terraço com uma bacia, vovó tirou o papel de uns tabletinhos e colocou na água... Depois acho que a moça lavou a cabeça dela e fez o penteado, não sei. Antes, deve ter secado um pouco com a toalha...

Naquela época, os secadores portáteis existiam somente na mente de alguns malucos visionários, inventores de engenhocas. Lá do estrangeiro, por aqui só se via – e nos salões - daqueles grandões, parecidos com os (futuros) capacetes dos astronautas. Mais tarde, na adolescência, descobri que ficar com a cabeça lá dentro era infernal. Dava até medo de queimar os miolos. Mas a gente ficava, fazer o quê? Tinha que ir bonita pra festa, né? E laqueada, pra não desmanchar... Isso tudo fora os bobs, lembra? (não gosto nem de pensar...) Benditos inventores!

Vovó tinha cabelos compridos e os prendia em rolinhos na altura da nuca. E eram branquinhos, mesmo lavados com aquela água arroxeada. Não ficavam azulados feito algumas velhinhas que eu via pelas ruas. Ainda bem, porque eu achava aquilo muito esquisito.

E o rouge, kkkk... Mas dele falemos outro dia, já está ficando tarde.

Um beijo grande pra você e todos aí.

da

Beatriz