Maria Shuxu

É boa essa troca de cartas, Maria Shu, porque além de conversar, a gente vai dando assunto pra outra pensar. Gostei das suas reminiscências, do pão doce, do anão da porta da escola...

Bem, como tenho duas pendências, vamos a elas. Primeiro a bike. Quando mudei pra São Paulo, aos onze anos, ela não foi. Não teria como usá-la na capital, principalmente porque fui morar em casa quase sem quintal e num bairro bem movimentado, Santa Cecília. Passei a andar de... bonde! Que pegava na avenida São João. Coisa mais antiga, né? Nossa casa ficava na rua Ana Cintra, no exato lugar em que hoje por cima passa o Minhocão e embaixo fica a estação do metrô. A magrela ficou por aqui, entregue a uma prima, e acho que nunca mais a vi. Depois de uns dois anos, fomos para as Perdizes, lá sim, local sossegado – naquela época - onde também cheguei a passear pelas ruas de bicicleta, mas emprestada.

Quanto ao exame de admissão, quem não fosse aprovado tinha que prestá-lo novamente no final do ano. Ficava fazendo cursinho. Nada tinha a ver com o primário, era o passaporte para o secundário. Entendeu, ou é muito complicado?

Tem outra coisa que preciso te contar. Quando vi seu nome, achei meio familiar. Não por causa do Maria, que é o que você vai pensar. Mas do Shu, justamente este que é singular. É porque temos uma amiga chamada Ana Xu, colega do João, meu irmão, nos tempos de escola. Na verdade, Xu era apelido, mas pegou e até hoje ficou.

Gostou? Qualquer hora tem mais.

Beijos

Bia