Reencarnação - existe de fato?

Pergunta: Você acredita na reencarnação de verdade? Eu gostava de acreditar! A sério!

MARIA GORETI (Portugal)

Resposta: Acredito num Deus justo. Então, analisando sob este ângulo, por que algumas pessoas nascem sofredoras e vivem assim até o fim de suas vidas - sem que nada possa ser feito para aliviá-las? Pessoas aleijadas, por exemplo - embora algumas até convivam bem com isso. Pessoas que nascem num ambiente hostil e não conhecem outro melhor em sua vida - sem saber sequer que ele existe. Exemplo: países em permanente estado de guerra, como é a região árabe – principalmente na Faixa de Gaza. Muitos outros exemplos poderiam ser citados, como a questão envolvendo racismo, miséria... Pessoas assassinadas, estupradas, escravizadas, etc... aparentemente, sem motivo justificável. Quer um exemplo típico? Aconteceu no Brasil recentemente. Um jovem negro de família humilde que estudou com dificuldade e se formou dentista. Montou seu consultório, comprou um bom carro e saiu para a rua. A própria polícia o matou, pensando que era ladrão. Revoltante, não? Mas quem vai mudar o fato? Ninguém! Ele já está consumado e a prova material enterrada - junto com o coração da família. Um jovem inteligente, uma carreira promissora, bom filho, bom amigo; ninguém entende como uma coisa assim pode acontecer, ninguém se conforma. Não seria uma injustiça? Mas quem sabe do passado (entenda-se aqui outras vidas) do espírito que habitou nesta vida aquele corpo e de outros com histórico igual? Uma (ou várias) entidade(s) que chamamos de Deus! E como Ele não é paternalista (acredito nisso), mas sim um Pai justo, nos ensina as lições da vida espiritual através das provações físicas alternadas em reencarnações diferentes - de acordo com as lições de casa (Terra).

Há casos, também, de crianças com memória inexplicável na primeira infância. Tenho dois exemplos na minha própria família. Meu filho mais velho conhecia, quando criança, todos os modelos de carro. Citava-os de longe. Lembro-me de uma vez em que dirigíamos numa estrada e vi ao longe um carro que vinha de encontro ao nosso. “- Olha – disse eu – uma Brasília igualzinha à minha!” “- Não é Brasília, pai, é uma Variant II” – disse ele. Minha irmã, que também estava no carro, não disse nada até vê-lo passar ao lado. Mas assim que isso aconteceu e ela pode confirmar, ironizou. “- O filho de três entende mais de carro que o pai de trinta!” – brincou ela. “- É, - devolvi eu – mas bem que você esperou o carro passar para falar isso, né?”. “É que eu não tinha certeza se era I ou II” justificou ela. Minha filha mais velha também tinha a habilidade de, ao três anos, mostrar bandeiras no Almanaque Abril e citar os respectivos países. Alguns, inclusive, cuja existência sequer sabíamos. Bastava apontar a bandeira e ela imediatamente falava o nome do país, como se estivesse lendo - embora não soubesse ainda ler. Só sabíamos que estava certo porque estava escrito, do contrário não poderíamos nem confirmar. Alguns nomes, inclusive, estranhos e de difícil compreensão. Às vezes pensávamos até que ela havia errado. Depois, com sua insistência, percebíamos que o engano era nosso. Em nossa filha caçula não observamos nada disso. Ela diz, por isso, que é a única normal! Acho, no entanto, que ela tem – como a maioria de nós - a memória um pouco mais curta... Interessante, no entanto, como isso vai se apagando com o tempo. Por quê? Ficam, apenas, de forma permanente, os dons (naturais?). Meu filho, por exemplo, tem muita facilidade com mecânica de automóvel sem nunca ter freqüentado uma oficina ou feito curso na área. Desmonta, monta e não sobra parafuso... A filha das bandeiras é um verdadeiro dicionário inglês-português desde as primeiras letras – embora não associe aí uma coisa com a outra.

E as aptidões? Como explicar isso nas pessoas. Se sabemos que a teoria vem da prática e a compreensão pela exaustão dos exercícios, como explicar a facilidade que todos trazemos de berço para algumas específicas? É um dom natural, mas varia de pessoa para pessoa. Por quê? São pontos talvez nem tão importantes, mas passíveis de discussão.

É nisso que acredito. Porque, para mim, só é válido o que tem coerência. Sou um questionador nato e minha mente está sempre aberta para a compreensão dos detalhes e conseqüente entendimento das coisas da Natureza - da qual fazemos parte todos nós. Do contrário estaríamos presos e dependentes de crenças sem comprovação e desabilitados para a fé verdadeira – produto do entendimento. É o que eu penso e não sou especialista na questão da fé propriamente dita, pois o mistério que a envolve exigiria alguns debates mais profundos, mas a crença cega é algo que considero perigoso. Veja o que aconteceu com os Incas (no Peru) cujo poderoso exército se entregou passivamente nas mãos de poucos saqueadores espanhóis, com base numa simples crença – sem comprovação – ou dos índios brasileiros que entregaram suas riquezas naturais por acreditar que os rios poderiam ser queimados depois de uma simples demonstração enganadora feita com um prato de álcool pelos Bandeirantes Portugueses.

Tudo isso para dizer que reencarnação para mim é algo possível e revestido de lógica. Acredito, portanto, nela. Pelo menos, acho mais justo e explicaria muita coisa sem esclarecimento justificável. Há quem a questione, inclusive, devido à crença religiosa. É o caso do Catolicismo que professaria a ressurreição e não a reencarnação. Mas há, também, quem justifique isso como erro de tradução dos livros bíblicos. E há passagens na própria Bíblia com falas citando o retorno de Elias na pessoa de Jesus... Não seria isso reencarnação?

LOURENÇO (Brasil)

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 13/05/2006
Reeditado em 21/11/2011
Código do texto: T155381
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