AMOR

Amor:

O ato de escrever, antes fácil, intuitivo, compulsivo...os poemas feitos para ti, e, deitados em páginas imaculadas, já não existem. O olhar o mar, já não tem o mesmo sentido...do outro lado,já não estás, já não quero vencer o mar a nado...aliás eu nem nado. Essa mudança aconteceu dentro e fora de mim. A ânsia de ver tudo pronto, desapareceu, os lençois marcados, eu marcada. Ferrada para sempre por acreditar num sonho, por viver antecipadamente tudo que fatalmente não aconteceria, não acontecerá.

Tento em vão retroceder, tentar entender o que aconteceu e por que, mas não vejo respostas. Lembrar promessas feitas ao vento, ler o único elo que restou, uma lacônica, efêmera, ínfima mensagem, diante do que ela representava.

No balanço final, resta essa saudade enorme dilacerando meu peito, me fazendo novamente desacreditar no ser humano. Na verdade eu vivi um grande amor, sozinha, um grande amor que se foi com um trágico, até breve

Tua poeta, marly