CARTA A DANIEL DUARTE PEREIRA - Pte. do Instituto Histórico e Geográfico do Cariry-PB.

Natal,RN, 01 de maio de 2009

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

Caríssimo Daniel:

Infelizmente não vou poder comparecer ao evento no qual você vai receber o Título de Cidadão de São João do Cariry-PB.

Mas, espiritualmente, estarei sentado na cadeira da frente; pode ter certeza.

Estou feliz como se fosse eu o agraciado; e você é fiel testemunha do quanto eu amo esse pedaço de chão do Nordeste brasileiro.

Por gentileza, peça a alguém para ler, ou leia esses versos matutos que estou mandando para você e para o Povão do meu amado São João do Cariry-PB.

Daniel Duarte Pereira,

do fundo do coração,

vai o meu fraterno abraço,

transbordante de emoção.

Aí, durante o evento,

lembre ais pega de jumento,

dais quá, eu participei;

uis arredó da Maiáda,

o Véio Xanxo, a latada,

quantos forró eu dancei.

Dessa terra qui adotei,

qui cunsidero meu lá,

a sodade vira pranto,

no meu rosto, a disabá.

Mêrmo eu num tando presente,

diga prá tôda essa gente,

de São João do Cariry;

qui o poeta Bob Motta,

dá mais do qui mil, de nota,

prá todo o povão daí.

Munto breve, irei aí,

a decramadô, me mêto.

Cum o cabra qui me criô,

meu cumpade Júlio Prêto.

Vô rescordá meu passado,

vô chorá emocionado,

andando pru donde andei;

brincando, fazendo troça,

lá na Maiáda de Roça,

São João, onde eu me criei.

Numa viage ao passado,

de Natá, meu verso vai.

Arrelembrando João Motta,

meu véio e sardoso pai.

Infóime ao Beto Medêro,

qui seu gostôso terrêro,

aí, tombém é o lá;

dêsse poeta matuto,

de linguajá puro e bruto,

da cidade do Natá.

Mais, quem tá de parabéns,

num é você, meu irmão.

Cum tôda sinceridade,

é a Villa de São João.

Pru tê você cumo fíi,

meu amado Cariry,

eu fecho uis zóio e vejo;

e digo no meu cordel:

Parece um favo de mel,

paraíso sertanêjo.

E êsse sardoso momento,

me faiz lembrá, hoje, aqui,

meu São João do Cariry,

e ais pega de jumento.

Gibão balançando ao vento,

a caatinguêra quebrando,

jurema prêta istralando,

e no finá do céicado,

jumento brabo, amarrado,

e uis cabra comemorando...

Grande abraço fraterno do seu irmão caririzêro, o poeta matuto,

Bob Motta

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 01/05/2009
Reeditado em 01/05/2009
Código do texto: T1569631
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