"Mães..."

Quantas vezes paramos para pensar em nossas mães?
É, rebuscando fragmentos, não sei se traído pela memória,
mas sei que poucas vezes pensei em ti.
Se sinto? Posso dizer hoje que sim, mas na infancia, adolescencia e parte da juventude temos a indelicadeza, eu diria, de relegar a segundo plano tão cara presença, isso é natural.
É claro que sofrem as mães, imagina...?
Imagina, ver aqueles a quem ela amamentou, demorando-se nas baladas, festas ou simplesmente viajando.
A angustia da mãe raras vezes vemos manifestar-se, por uma razão simples, elas não gostam de ver seus filhos sofrerem.
A minha foi uma guerreira, como tantas, viúva, criou 6 filhos, o maior com 15 anos, o menor com 5.
Eh! dona Júlia, fostes uma guerreira das grandes.
Eu queria te oferecer flores, sabe?
Lembrando agora...Nunca te ofereci flores, é eu tinha outras prioridades, muitas vezes, após a sua saída para o trabalho, ao inves de aliviar-te as tarefas de casa, quando chegarias a tarde,
tinha o futebol, os carrinhos de rolimã, quantas vezes, passei por rosas, em terrenos baldios, e ao lado do campinho que jogávamos, tinham flores silvestres...E quem sabe se numa daquelas tardes tivesse levado um buque de flores silvestres...É quem sabe?
A infancia passou, a adolescencia, parte da juventude...
Na fase adulta, tanto tempo pra te dizer tanta coisa e pouco disse.
Pois é, poucas vezes quiz saber de sua saúde, sabia pelos outros irmãos, eras forte, pensava eu, ainda com a imagem de guerreira na memória, mas esqueci que os anos passaram.
Se doi? Muito...muito, mas conforta a mãe saber que filhos foram feitos para o mundo, não a nós filhos, que um dia, um belo dia, descobrimos a beleza da mãe.
É tarde? Eu diria que por um lado sim, porque voce partiu, mas por outro, sei que vives outra vida a caminho da superioridade
espiritual, e um dia nos reencontraremos.
Saiba de uma coisa minha mãe, sua lição ficou, na educação dos meus filhos, na bondade com os pequeninos, na solidariedade com o próximo,
na liberdade que dou a meus filhos para viverem suas vidas em liberdade.
Nunca recebi flores deles, mas sei do carinho e do amor deles por mim.
A sua benção Dona Júlia onde estiveres.



Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 05/05/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1577733
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