A Dama das Camélias*

Venha, meu amor, não tarde em chegar, pois estou sofrendo, chorando, morrendo... Tudo que fiz foi por sua causa, perdão se o magoei. Creia-me, tive nobres intenções: sacrifiquei nossos sonhos e esperanças pelo seu bem e pela honra de sua família. Tornei-me uma heroína diante de seu pai. Agora, arrependida, sofro amargamente, sem você, num estado de quase morte. Esse sofrimento é o preço que pago pela vida que levei. Seu amor foi minha redenção. Devo a você os melhores momentos que tive, únicos, nos quais pude experimentar esse sentimento que muitos chamam de felicidade. Ao seu lado, senti-me a mulher mais amada. E por que você não está aqui para me consolar? Talvez sua presença pudesse me curar, ou pelo menos acalmar as angústias, os tormentos do meu pobre coração. Morro, mas meu amor por ti será eterno.

Joyce Amorim

Em homenagem à Marguerite Gautier, a cortesã heroína, dama das camélias, amante de Armand Duval.

*Recomendo a leitura do livro "A Dama das Camélias", de Alexandre Dumas Filho, para uma melhor compreensão do texto.