Carta Futil aos Gentios

Envio-te esta carta, oh povo que venero, não pelo que de ti espero, mas pelo que de ti recebo.

Tenho recebido conselhos que me levariam ao inferno e no entanto te escrevo palavras de salvação.Não, não sou o salvador não, mas sei quem pode salvar.

Um dia ao pensar na vida que aqui levo, vi que se eu fosse severo contradiria a mim mesmo. E sem saber se é certo o termo, prefiro dizer 'me contradizer'.

Português é mesmo um idioma fantástico, acentos que fazem dos santos uns falsos, será que vocês podem me entender.

Bom, o que importa é que agora posso lhes falar através desse meio de comunicação que há tempos não uso, faz mais de um ano, pois carta é um passado que nunca passou.

O assunto é polêmico e até delicado, falar de pecado e perdão e amor.

Tenho me esforçado pra ser mais humano do que apresentadores de programas de auditório. Aqueles que beijam artistas sem artes que tudo que fazem é despirem-se na tela.

Alguns pensam que é errado ver novela, mas acho que errado é acreditar nelas, o fim é divulgado nas propagandas da estréia e todo o resto é balela e toma o tempo de quem vê.

Mas digo a verdade que quando o tédio invade a novela me faz bem.

Escrever sem remetentes é algo que me prende, sei que ninguém vai ler.

Prefiro perder tempo na frente do espelho me vendo sempre feio e cheio de defeitos.

O nexo é algo que não achamos nas palavras, simbolos que se traduzem pra cada idioma e quando acaba o texto acaba a atenção.

Despeço com um beijo àquela que me ama e que nem mesmo sabe meu nome e meu passado.

Amor é outra coisa que escreveria a toa, pois entendê-lo é coisa de quem nunca o sentiu.

Amados fiquem juntos, não busquem sentido naquilo que ninguém assinou.

"Anonimo"

Alexandre Fernandes
Enviado por Alexandre Fernandes em 24/05/2006
Código do texto: T162025