Carta Futil aos Gentios
Envio-te esta carta, oh povo que venero, não pelo que de ti espero, mas pelo que de ti recebo.
Tenho recebido conselhos que me levariam ao inferno e no entanto te escrevo palavras de salvação.Não, não sou o salvador não, mas sei quem pode salvar.
Um dia ao pensar na vida que aqui levo, vi que se eu fosse severo contradiria a mim mesmo. E sem saber se é certo o termo, prefiro dizer 'me contradizer'.
Português é mesmo um idioma fantástico, acentos que fazem dos santos uns falsos, será que vocês podem me entender.
Bom, o que importa é que agora posso lhes falar através desse meio de comunicação que há tempos não uso, faz mais de um ano, pois carta é um passado que nunca passou.
O assunto é polêmico e até delicado, falar de pecado e perdão e amor.
Tenho me esforçado pra ser mais humano do que apresentadores de programas de auditório. Aqueles que beijam artistas sem artes que tudo que fazem é despirem-se na tela.
Alguns pensam que é errado ver novela, mas acho que errado é acreditar nelas, o fim é divulgado nas propagandas da estréia e todo o resto é balela e toma o tempo de quem vê.
Mas digo a verdade que quando o tédio invade a novela me faz bem.
Escrever sem remetentes é algo que me prende, sei que ninguém vai ler.
Prefiro perder tempo na frente do espelho me vendo sempre feio e cheio de defeitos.
O nexo é algo que não achamos nas palavras, simbolos que se traduzem pra cada idioma e quando acaba o texto acaba a atenção.
Despeço com um beijo àquela que me ama e que nem mesmo sabe meu nome e meu passado.
Amor é outra coisa que escreveria a toa, pois entendê-lo é coisa de quem nunca o sentiu.
Amados fiquem juntos, não busquem sentido naquilo que ninguém assinou.
"Anonimo"