Minha saudosa Biju.

Amigos, após o dia que publiquei aqui no Recanto que tinha ganho uma cadelinha, coincidentemente, ao revirar minhas gavetas, encontrei uma carta que escrevi no dia de sua morte por atropelamento, graças à negligência de uma pessoa. A transcreverei sob forma de homenagem àquela que foi minha fiel escudeira por tantos anos.

Rio de Janeiro, primeiro de agosto de 1979.

Hoje, Biju, você me deixou, me deixou com o coração triste, partido e amargurado.

Por quantas vezes tentei escrever sobre os meus sentimentos em relação à você, sentimentos de alegria, de amizade e por que não dizer de amor, porém nunca consegui. E, hoje, que você me deixou as palavras brotam de dentro de mim. Pena que palavras carregadas de muita tristeza.

É, minha Bijuzinha, você me ensinou muita coisa, uma delas é que os animais estão muitos degraus acima do Homem e que o amor entre os seres humanos ainda é um sentimento precário.

Você me ensinou que gostar de alguém independe de sua cor, status, credo. Você me ensinou o que é uma fiel amizade.

E você parte assim, sem me pedir licença, deixando em mim um grande vazio e uma saudade imensa.

Vontade danada de ver o abanar da sua cauda quando eu me aproximava de você. Seu desespero quando me via chorando e a sua defesa quando alguém fingia me atacar. Suas orelhinhas em pé demonstravam que você entendia tudo que eu lhe falava.

Quantas vezes conversamos, né? Quantas vezes me desabafei com você, hein?!

E hoje você se foi e eu fiquei com uma dor muito grande doendo em mim.

Saudade...

Me francesa
Enviado por Me francesa em 04/06/2009
Código do texto: T1631926
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