ÀS MÁRGENS DO RIO DE LÁGRIMAS
Num dia triste de domingo
pude perceber, na verdade, quem sou...
Sentado às márgens de um rio,
entrevi a minha face empalidecida naquelas águas,
manchadas pelas lágrimas que chorei.
Lágrimas!
As mesmas que um dia lavaram o meu rosto de alegria,
e que hoje regam esse sentimento de tristeza.
Essas lágrimas...
que agora provocam ondas nas águas límpidas desse rio,
desfiguram o meu rosto.
Águas que jamais hão de acabar,
pois é dos olhos de quem já amou
que ela tem as suas nascentes a jorrar.
Lágrimas dos olhos de pessoas desoladas
que sofrem por ter perdido um amor.
e eu sou apenas mais um
de muitos que choraram um dia,
de tantos outros que ainda vão chorar e
daqueles que ainda choram às márgens desse rio.
Esse rio que nos mostra a beleza em sua imensidão,
esconde o sofrimento em suas profundezas,
cheias de mágoas!
Mas, é nesse rio que posso achar o meu consolo,
livrar-me das dores dos meus sentimentos,
e assim passar o meu domingo,
sentado às márgens do rio de lágrimas...