AO MEU FILHO

Filho olhe para nós: Hoje você é adulto como eu. O que aconteceu desde que você nasceu? Em silêncio recordo desde o dia em que você saiu do ventre de sua mãe. Lembro da primeira vez que o peguei no colo, tão frágil você era! Fiquei todo cuidadoso para não machucá-lo com o meu jeito sem jeito de ter você nos braços.
As noites que acordei para preparar mamadeira deixando sua mamãe dormir para se refazer do cansaço da lida diária. Sequer me importava com os momentos de sono que perdia. Quando você adormecia satisfeito enfim eu me deitava e dormia novamente feliz por você estar bem e dormindo como um anjinho que repousava alheio a tudo.
Vivenciei seus primeiros sorrisos, os primeiros dentinhos, os primeiros passos. Quando eu chegava após o dia de trabalho e você me estendia os bracinhos sorrindo  me pedindo colo e carinho todo o meu cansaço sumia como que por encanto e eu pegava você com ternura, beijava e me sentia feliz porque você me completava.
Tanto tempo passou. Tantas coisas fluíram num lapso de tempo que se foi sem que eu percebesse. Quando enfim me dei conta vi você com pêlos no rosto, já dirigindo seu próprio carro da forma que você sempre imaginava dirigir o meu quando era uma criança. Meu filho é um homem! Não só um homem genericamente falando, mas na conduta ilibada, no caráter formado, na altivez de atitudes.
Olho para você e sinto orgulho pelo ser humano que você é e pela pessoa maravilhosa que se tornou. Pergunto-me se não poderia ter feito mais durante o tempo em que você cresceu, mas como provedor do lar fez-se necessário que eu estivesse ausente no trabalho. Você cresceu, espelhou-se no seu velho pai que na medida do possível esteve sempre com você e hoje lhe vejo com orgulho trilhando o mesmo caminho moral, social e profissional que um dia percorri.
Nem sempre temos tempo de conversar e às vezes quando eu ou você tentamos iniciar uma conversa, um está sempre ocupado. Precisamos deixar de lado toda e qualquer coisa para sentarmos juntos como dois homens, como pai e filho e falarmos sobre quaisquer coisas e rirmos juntos, estarmos juntos, como quando eu pegava você no colo e cantava as canções que improvisava e fantasiava para você adormecer nos meus braços.
Precisamos nos dar um tempo porque sem que percebamos o tempo continua a passar e de repente será tarde demais para dizermos as coisas simples que por causa da falta de tempo deixamos de falar.

Quero dizer filho que no tempo que ainda me resta estarei sempre ao seu lado rindo nos momentos de felicidade, acalentando nos momentos de tristezas, sobretudo lhe apoiando e amparando nas suas batalhas pela vida. Quero que saiba que jamais deixarei você sozinho. Quero que saiba filho QUE AMO VOCÊ! 

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Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 02/08/2009
Reeditado em 02/08/2009
Código do texto: T1732062
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