Quando meu coração pulsa teu nome...

Toda historia de amor diz como os dois se conheceram. Como o amor surgiu e devastou toda forma de existencia posterior a ele, trasnformou o mocinho em certinho e a mocinha teve certeza pela primeira vez. Talvez tenha algo trágico a se contar, emocionante e depois uma prova de amor que faz os dois viverem felizes para sempre.

Mas a minha história de amor é diferente. Ela começa numa certa manha, quando de repente meu coração começa a dizer um nome. Procuro um médico e ele diz nunca ter visto algo do gênero, mas isto não iria me causar mal. Pelo contrário, estranhamente tive mais vigor em minha tarefa, mais vontade de fazer as coisas e com certeza mais felicidade em realiza-las. Minha vida havia melhorado e nada de estranho acontecera além do fato de meu coração pulsar um certo nome. Liguei para as pessoas que eu conhecia que tinham este nome, mas de nada sabiam e de nada me interessavam. Depois de muito tempo de busca, decidi deixar essa história de lado.

Certa noite, quando eu estava durmindo, sonhei com um certo rosto familiar, uma amiga muito querida por mim. Ela veio, colocou as mãos sobre meu peito. Quando acordei, meu coração havia parado de dizer o nome. Achei estranho tal fato, e fiquei muito pensativo. Quando acordei e fui tomar agua, senti o gosto de um beijo. Tudo que eu tomava ou comia tinha gosto de beijo. Nem pensei em procurar um médico pois eu sabia que não haveriam respostas, e talvez meu corpo sentisse falta de amar alguem. Procurei pessoas que me interessavam, e em cada beijo procurava algum sinal, alguma alegria ou alguma mágica. Mas depois de tantos beijos, perdi o gosto do beijo e me esqueci como ele parecia. Nessa noite eu durmi, e com nada sonhei, apenas chorei por nada entender, nada sentir e nada encontrar.

No dia seguinte acordei, e fui ao banheiro. Quando olhei no espelho, meu olhar era outro. Estava feminino, outra cor de olhos, outra aparência. Nessa hora fiquei louco. Como as pessoas iriam me ver? O que iriam pensar de mim? Fui ao médico pedir ajuda, mas ele disse que não havia nada de errado com meus olhos, que talvez eu estivesse sobre algum tipo de estress. Me recomendou alguns remédios e que eu tirasse um tempo de férias do trabalho. Algum tempo se passou, me diverti, sai com várias mulheres e pra vários lugares. Tentei me divertir o máximo que eu podia e talvez pela sorte, encontrar uma mulher com o mesmo olhar que o que eu via. Mas como sempre, a busca foi em vão.

Voltei a trabalhar, a mesma rotina. Sentia saudades do meu coração pulsar aquele nome, pois tornava tudo tão + feliz. Depois de pensar um tempo, decidi por ligar pra minha amiga que havia tocado meu peito naquele sonho. Conversamos muito tempo, expliquei a historia e ela não pareceu acreditar. Ela disse que se aquilo era verdade, ela era um anjo e que tudo que eu precisava era de um toque dela. Ela tocou novamente meu peito, e nada aconteceu. Nenhuma mágica, nada de diferente ou emocionante. Fiquei muito triste, e de repente recebi um beijo de consolação. Não me lembrava se era aquele gosto de beijo que eu sentia ha algum tempo, mas sabia que aquilo me deixou melhor.

Ficamos juntos por um tempo, o olhar havia sumido e meus dias estavam normais. Pensei que realmente tudo que eu precisava era daquele toque em meu peito. Um certo dia acordei com um sussurro de "eu te amo" em meu ouvido. Acordei e minha amiga, que agora era minha namorada estava a fazer o café da manha. Cheguei por traz dela, abracei-a e sussurei "eu também te amo" em teu ouvido. Ela olhou pra mim assustada e perguntou o porque do "eu também", porque eu conclui que ela me amava. Deduzi então que não havia sido ela que havia sussurrado aquilo em meu houvido, até porque nunca haviamos falado de sentimento, nem havia tido tempo para que eles se manifestassem tão intensivamente. Falei que eu tinha sonhado com algo, e decidi sair.

Fui atráz de entidades espiritualizadas procurando resposta. Talvez alguma pessoa que eu ja tivesse namorado havia morrido e estivesse a me assombrar. Cheguei em um lugar de confiança que um amigo meu havia me contado. O homem perguntou o que houvera acontecido e eu lhe contei a historia. Ele pediu que eu escrevesse todos os "sintomas" que eu havia sentido. Comecei a escrever, mas não conseguia parar. Depois de um tempo, comecei a ler e me assustei com o que hávia escrito:

"Meu coração ainda pulsa por teu nome

Meus dias parecem mais felizes e minha vida + viva

Sinto este fogo em meu peito

Como se houvesse sido tocado por um anjo

O gosto de seu beijo me persegue pelo dia

Sinto ele em tudo que faço, tudo que amo

Ele é meu único alimento e a única coisa que mata minha sede

A sede que tenho de ter você

Seu olhar não sai da minha cabeça

Ele me enlouquece, me faz perder a razão

E me leva de volta ao anjo que me aqueceu o peito

Pois é só no paraízo que encontro uma beleza

Que se comprare a do teu olhar

Acordo com seu sussurro em meu ouvido

Aquele "eu te amo" que nos dissemos pela primeira vez

Que de tanta alegria me fez amar-te

Como se a única coisa que eu soubesse

Era viver para te fazer feliz.

Espero te amar para sempre, pois sempre estarei a te procurar

Em cada beijo que eu der

Em cada olhar que eu encontrar

E em cada nome que eu hei de falar."

Me emocionei. Chorei. Entreguei aquele poema ao homem, esperando por respostas. Ele disse que não havia sido nenhum espirito que havia escrito aquilo. Era minha letra, e minha vontade.

Voltei para casa triste, abalado. Decidi deitar e durmir.

Acordei novamente com um "eu te amo" sussurrado em meu ouvido, mas dessa vez uma voz diferente. Abri os olhos e encontrei minha namorada ao meu lado, me olhando e me dando vários beijos carinhosos e acolhedores. Ela repetiu que me amava e eu falei que também a amava. Ela disse que havia amado o poema que eu havia escrito para ela. Nesse momento tudo que eu havia sentido até então surgui de uma vez e depois foi embora. O nome, o gosto e o sussurro pareciam de outra pessoa, mas não mais importava.

Não houve mágica, nem mistério e nem a certeza de amor, mas houve a entrega e a vontade de estarmos juntos. Eu estava com quem eu queria estar naquele momento, e nem meu coração nem ninguém poderia me dizer que eu estava errado.

Jamais vou saber o que tudo isso significou. Mas acredito que meu corpo precisava desesperadamente se entregar a alguém. E a vida não nos fará encontrar nosso amor atravéz de magia, de lutas ou de sinais. Talvez a pessoa certa para nós é a pessoa que gostariamos de estar junto.

A única certeza que tenho é que jamais vou me esquecer dessa história. O dia que meu corpo virou poesia e me fez entregar a pessoa que eu gostaria de amar.

The Walker
Enviado por The Walker em 17/08/2009
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