À minha vida, desmedida.
O vento que me lava o rosto e me faz tremer ao som de sua voz, é o mesmo que me tira o sono à noite quando grita lá na janela. Porque sofre? Porque grita? A vida sem amor anda assim tão desmedida? Porque a simples presença de alguém deveria me tirar o ar, me fazer tremer e derreter, assim, tão doce, rosa e cálida a seus pés? Porque o mundo não pode ser gentil e me fazer tão forte quanto ele? Impedindo-me de amar e, consequentemente, de sofrer.
Mas nem assim eu seria feliz, não é? Sem o amor... Que graça toda a vida teria? Sem alguém para me tirar o sossego me fazer amar e amar-me, sem alguém para gritar, rir e chorar, e amar e sorrir e viver! Sem o amor é viver sem a vida e morrer sem prazer, é chover sem molhar é ferir sem sangrar é doer sem gritar; Pular de um penhasco e não sentir vertigem; é adrenalina sem medo é o êxtase sem emoção! Mais que vida é essa mais sem chão? Sem pé, cabeça sem sequer um coração?
É uma vida desvairada, desmedida é uma vida desvivida!