À nação nordestina

Vigiai a ignorância do Brasil em relação a nós nordestinos. Ficai de olhos bem aberto com as tramas diabólicas a nos humilhar enquanto povo. Ficai atenta à ‘noveleta’ Caras e Bocas, de Walcyr Carrasco, da Globo. Este autor, além de plagiar descaradamente idéias de consagrados escritores nordestinos, como Jorge Amado e José de Alencar, mostra-nos de modo jocoso e humilhante.

Atitudes como estas contribuem sobremaneira para complicar e tornar nossa vida ainda mais difícil. E o que é muito grave também: toma para si as idéias dos nossos ídolos, nossos escritores, e paga com deboche. É como se nos assaltasse o dinheiro, os móveis, e ainda se mudasse, de mala e cuia, para dentro do imóvel!

Não é, decerto, um novelista compilador, pobre de imaginação, que nos intimidará só por nos ridicularizar ante o Brasil. Sabemos quem somos. Mas não é honesto nem leal tratar a nação nordestinense de maneira tão imbecil e levianamente. E os atores que se prestam a tal papel? Antes fizessem prostituição; seriam muito mais limpos.

E o que nós nordestinos podemos fazer, já que tal atitude covarde tem o aval da maior emissora do país? Podemos fazer muito! Podemos exigir respeito, podemos guardar tais afrontas sempre fresquinhas na memória e ficar de olho no autor e atores. Na curva, na mínima derrapada, a gente pega a corriola toda!

Vaia, boicote e marcação cerrada em quem promove calúnia e infâmias contra nós!