MEU SEMPRE PRESENTE PAI
 
Foi em um 1º de agosto que Deus levou o meu Pai. Às vezes o sinto tão presente. Eu amo as lembranças que tenho dele - talvez mais retalhos de histórias que a minha mãe conta do que propriamente lembrança de algo vivido.
 
Eu era tão pequena... Entretanto, ele deixou uma marca em minha vida. Sei o quanto fui amada por ele de uma maneira como poucos o foram. Sei que todo pai ama seus filhos. Difícil, no entanto, é um pai que se submete ao desconforto de levar a filhota ainda de mamadeira para o trabalho (abençoado maluco).
 
Difícil é ter um pai que ao ver a filhinha com uma simples febre pensa perdê-la e já começa a "encher o saco dos santos" pedindo pela sua recuperação e, depois, corre com a sua carga preciosa para a igreja e de joelhos agradece a Deus pelo seu anjo louro.
 
Quase impossível é crer que um pai diante de uma criança morta chora abraçado à sua cria por pensar na hipótese de que aquele corpo inerte poderia ser da sua "borreguinha loura". Era  assim que ele me chamava.
 
Como não amar para todo o sempre esse Pai? Como esquecê-lo? Sei que ele continua me amando porque quando em apuros recorro a ele como se estivesse presente e sinto que me escuta, que me acolhe, que me orienta.
 
Verdadeiramente a morte é apenas um estágio, não o fim. Ele vive em outra esfera. Sei disso, creio nisso e não quero pensar diferente. Eu o tenho em meu coração, em minhas orações e sei que jamais estarei sozinha. 
 
Tenho dois espíritos de luz que cuidam de mim com zelo e carinho: meu Pai e minha Avó. Recorri a eles ontem quando recebi um convite. Pedi orientação para tomar uma decisão.
 
(...)
 
Conversei com os meus amados, rezamos juntos, senti-me embalada no colo deles. Pedi a Deus e a Santa Virgem que me iluminassem. Conversei com meu Pai e minha Avó e aguardei.
 
 (...)
   
Texto escrito em 1º de agosto de 2007 e enviado, por e-mail, a um coração atento.

Iara Mesquita