BH,11 Novenbro de 2006

Sei que me lembrarei.

Porque as noites cinzas vão chegar. E neste dia, ai meu Deus, que haja muitas lembranças.

Recordaçoes de gente fazendo festa, riso no ar, dança no pé, caixas de presentes para quem qualquer coisa fizer.

Pode ficar só olhando, se for de vontade.

Na cadeira de vime, gasta de tanto balançar, o vento entoará de leve em meus ouvidos: recorda-te do "saquinho" de boa sorte?

Não era um "saquinho" qualquer. Havia nele, bem explicito, o desejo de boa sorte. Eu me senti envaidecida. Grande, por tamha ser a grandeza da dona da festa. É se não verdadeiro,no minino fato que alegria contagia, pega, gruda, lambuza as caras, as mãos, os corpos de quem por ela é tocada. E no vai e vem do encostar-se os pares se aconchegam e dançam a musica da hamonia. O baile segue até altas horas. Moço com moça, menino com menino, senhora com senhora etc.

Assim pela tarde e noite adentro, os risos e a beleza dos gestos vão se adornando de um leve cansaço por uma despedida que não quer se

pronunciar.

Recordarei, quando em meus aposentos a luz do condelabro de cabeceira eu apagar: o colorido daquela tarde, o movimento das pessoas no salão, o burburinho das vozes ansiosas pela proxima surpresa, o violão, a dança flamenca, os vestidos pretos e as flores vermelhas nos cabelos das dançarinas.

E com os olhos cerrados, esperando que "Orfeu" me traga bom sono, irei me despendido lemtamente do mundo de vigilia, mergulhando num mundo de sonhos.

A uma amiga...

Venusia/09