CARTA DE AMOR

Carta de amor,

Ah, meu querido menino, és tão pequenino, mas j[a sabes tudo do amor.

Todos os dias me pergunta se ainda te amo. Eu sei que preciso repetir isto todos os dias no teu ouvido. Pois na sua cabeçinha você deve achar a coisa mais normal do mundo, encontrar a roupa lavada, a comidinha prontinha, a caminha arrumadinha, e tantas outras coisas que fazem o dia-a-dia da criança quase perfeito em suas necessidades básicas. Quando ela vê a mãe de cara feia ou ocupada, imagina que fez alguma coisa errada e daí para pensar que não é mais amada é o primeiro passo.

O amor é como um oceano, ele não cessa de existir. Antes mesmo de ser concebido ele já existia “a priori” no mundo das causas imaginadas. Este sentimento é muito forte ele

Ultrapassa barreiras como aquelas dos seus super-heróis preferidos.

Não me pergunte mais se te amo, ou se ainda te amo, ou se deixei de te amar, fico até chateada. Não por ter de repetir, nem por ser cansativo. Tua insegurança, e o seu controle quase me sufocam. Agora que você está se tornando um rapazinho e não precisa mais de minha ajuda para vestir as roupas, tomar banho, amarrar os sapatos, não significa que eu não esteja próxima, estou sempre por perto. Só não sou a extensão dos seus sentidos.

Passe a observar o dia duro que tenho e tente compreender, que eu sou apenas uma mãe que te ama. E quando digo para ir tomar banho, vá correndo, pois depois as assaduras vão arder e não vou conseguir nenhuma pomada mágica para retirá-las.

Meu menino amado, sei que tens muito medo. O único que não deves ter é de perder o meu amor, e o outro de ser abandonado por Deus.

Ah, minha pobre criança, tanto tens que caminhar. Que Papai do Céu te abençoe e te ilumine o espírito.

Tua mãe

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 09/11/2009
Código do texto: T1913232
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