Aos Poetas e Escritores

Aos Poetas e Escritores

Jorge Linhaça

Dirijo-me aos poetas e escritores de todos os grupos, de todas as fés, de todos estilos mas, dirijo-me também a você, leitor de nossos escritos.

Este diálogo abaixo é bem conhecido de muitos:

- Pô cara, há quanto tempo...

- Pois é, faz tempo que não nos vemos...

- O que você anda fazendo ?

- Sou poeta e escritor...

- Que legal...e trabalha no quê ?

Pode até soar como ironia aos ouvidos de alguns, mas é a mais pura realidade...

Enquanto poetas e escritores não existimos!

Não amigos, não estou louco e nem partilhando um delírio poético...estou expondo a realidade nua e crua de nosso país.

Aqui não existe a profissão poeta/escritor.

Verdade que existem aqueles que ganham dinheiro com seus escritos, que publicam seus livros, que descrevem, escrevem e poetizam a vida, mas no final das contas quando perguntam pela sua profissão são obrigados a dizer : professor, jornalista, fiscal da receita, aposentado ou coisa que o valha.

É aí que entram muitos questionamentos:

Quem é "apenas" poeta, é visto pela sociedade como um pária, um marginal , um boêmio alienado a escrever versos de amor para a lua.

Por não existir a profissão " poeta/escritor" muitas vezes nos sentimos constrangidos de assim nos declarar-mos...é comum ouvirmos de muitos colegas a observação...eu não sou poeta, apenas faço meus rabiscos, escrevo esporadicamente...Como se declarar-se poeta fosse um crime ou uma pretensão demasiada.

Enaganam-se aqueles que pensam que alguém que se dedica apenas a escrever e abdica de outras fontes de renda não trabalha...pelo contrário...trabalha e muito...mais até do que se estivesse empregado em uma "profissão regular ".

Escrever uma ou outra poesia pode até não ser desgastante, pode funcionar como uma terapia para o dia a dia, um exorcismo de nossos desejos e vontades represados. Um exercício de auto-conhecimento.

No entanto os que fazem da poesia uma atividade séria gastam horas e horas em seu "ócio" produtivo para chegar a um resultado final que pode ou não agradar ao leitor.

O poeta/escritor não escreve seu poema/romance apenas quando está na frente do seu computador, caderno ou máquina de escrever.

A poesia/história nasce da observação, da reflexão, da vivência do dia a dia ao longo dos anos. O ato de escrever é apenas o trabalho de parto do que foi pouco a pouco sendo gerado nas entranhas do poeta/escritor.

Alguns partos são mais fáceis que outros, alguns poemas fluem da "ponta da pena" como se ali estivessem armazenados e, pode parecer ao mais desavisado que não foi necessário esforço algum para que ele fosse escrito.

O esforço foi feito antes, ao longo do caminho, na escola da vida ou mesmo nos bancos escolares. Muitos poemas ou textos são fruto de pesquisa e dedicação.

Talvez a culpa dessa visão equivocada seja nossa, enquanto poetas/escritores " de internet" porque, em meio a heterogenia das posturas e comportamentos, raramente encontramos um fio condutor capaz de unir gregos e troianos em torno de um ideal.

Frequentemente poetas e escritores são acusados de "pouco participativos" nos grupos por que não interagem de forma mais ativa com outros associados.

Esquece-se que, além das complicações do dia a dia, muitos poetas e escritores precisam da companhia do silêncio para criar, precisam digerir os sentimentos antes de colocá-los no papel.

Talvez a culpa seja dos preconceitos estabelecidos neste mundo virtual ou da falta de interesse em tratar de assuntos sérios e agregar forças.

Existe uma falácia repetida à exaustão entre alguns poetas e leitores, que impede o desenvolvimento pleno dos talentos e aprisiona os poetas/escritores em uma gaiola de ouro. Ela fica implícita em frases do tipo:

Como pode alguém que escreve versos de amor tão lindos ,manifestar sua opinião de maneira contundente com relação a qualquer assunto?

Quando isso vem da boca de um leitor, é até compreensível, pois o leitor reage àquilo que lê, de acordo com os paradigmas repetidos à exaustão por alguns colegas poetas, para os quais a poesia deve resumir-se a poemas de amor , coitas lamuriosas ou textos piegas a dizer que os poetas tem de ser seres extra-terrestres

alienados do que ocorre à sua volta. Para esses, o poeta que manifeste sua opinião contrária à maioria, comete um crime contra a poesia e a humanidade.

Na sua visão limitada, o poeta deve ser um personagem privado de opinião própria, preocupado apenas em agradar à massa.

Talvez na visão romantizada dessa parcela de poetas e escritores, a poesia seja uma coisa volátil e sem maiores pretensões.

Talvez apenas eles não consigam formar uma opinião própria sobre algum assunto, preferindo deixar-se levar pelo senso comum.

Talvez lhes falte argumento para defender seu ponto de vista...sei lá...só quem pode responder são eles mesmos, o fato é que acabam prestando um desserviço à poesia e à literatura no sentido de que, ao repetirem sempre a mesma falácia , acabam por persuadir aos leitores e outros colegas de que estão cobertos de razão.

Por experiência própria sei que boa parte dos que assim agem, são avessos ao diálogo e ao debate de idéias, jamais mantém uma correspondência de mais do que um e-mail e logo avisam que seu interlocutor está bloqueado em sua caixa de entrada...

Não estou dizendo que a poesia deva ser substituida por intermináveis discussões,mas, que existem assuntos que precisam ser tratados entre os poetas e escritores se pretendemos que um dia essa profissão seja reconhecida.

Tenho analisado o comportamento dos colegas poetas e escritores ao longo dos anos de convívio neste mundo virtual e, qualquer um que tenha prestado um pouco de atenção ao que vem ocorrendo nos últimos anos, há de concordar ao menos em parte comigo...há cada vez mais uma fragmentação de grupos de poetas e escritores.Não falo das listas, que chamamos de grupos, mas de grupos de pessoas que podem estar ou não presentes nessas listas.

É verdade que, ao longo dos anos, "perdemos" grandes poetas e escritores que optaram por afastar-se dos grupos de poesias, cada qual alegando seus motivos pessoais ou simplesmente não alegando nada, apenas desparecendo.

Creio realmente que já passou da hora de fazermos uma reflexão séria sobre as nossas atuações neste canteiro de talentos onde brotam novas flores de tempos em tempos...algumas persistem apesar das intempéries, outras são sufocadas pelos espinhos e ervas daninhas.

Este ano de 2009 nos brindou com um número expressívo de lançamentos de livros de vários escritores deste mundo virtual, o que parece significar que, apesar dos pesares, nossos colegas estão buscando seus caminhos.

Aí é que entra a necessidade de uma maior interação entre os poetas/escritores mobilizando-se para buscar uma regulamentação de nossa "profissão".

Enquanto não existir a profissão "poeta/escritor" estaremos sempre à mercê dos contratos unilaterais das editoras que , via de regra, cobram do autor pelo seu trabalho, ou seja, o autor escreve, reescreve, monta seu livro, paga pela edição do seu título e, caso seu livro comece a vender, recebe, na maioria dos casos, 10 por cento do valor de capa por exemplar comercializado.

Não se pode esquecer ainda que a tiragem inicial vem para as mãos do autor e ele que se vire para comercializá-la.

A editora preocupa-se apenas em receber as suas parcelas do valor da edição.

Chegar às grandes livararias ? Disputar espaço com os livros da moda? Só por milagre ou com a ajuda de amigos que insistam com os livreiros ( pessoalmente ou por telefone) para que o livro esteja presente naquela loja.

Independentemente de gostos pessoais, de gostar ou não de fulano ou beltrano, creio que seja a hora de cada poeta e escritor manifestar-se em relação a este assunto.

Pode ser que não consigamos andar de mãos dadas como grandes amigos, mas se ,neste momento, andarmos ao menos na mesma direção, por certo que teremos dado um grande passo em direção a um objetivo comum.

Resta saber se existem colegas interessados nesta mobilização ou se permaneceremos na fase do

" Cada um por sí e salve-se quem puder"

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"Vem vamos embora que esperar não é saber...quem sabe faz a hora...não espera acontecer."

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Em tempo...

Dias atrás, lancei uma idéia de presentar nossos amigos e conhecidos com os livros lançados este ano pelos poetas/escritores dos grupos...

Quase ninguém manifestou-se a respeito...seria interessante montarmos uma lista dos títulos disponíveis para aquisição que seria veículada por todos nós nos grupos e sites.

"

Por favor, ao manifestar-se sobre este assunto,mande e-mail com cópia para

anjo.loyro@gmail.com

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Como adquirir meu livro " A Grande Jornada" :

O livro pode ser adquirido diretamente com o autor pelo valor de

32 reais já incluídas as despesas de remessa.

Para adquiri-lo efetue o depósito do valor correspondente na seguinte conta poupança :

Banco do Brasil (001)

Agência 0203-8 conta poupança 27.165-9

e envie o comprovante escaneado do depósito ou os dados do mesmo ( data,número do depósito, agencia onde depositou ) para anjo.loyro@gmail.com, mandando junto, é claro, o endereço para remessa do livro.

O prazo de recebimento do livro é de aproximadamente uma semana após efetuada a compra.

Contatos com o autor

anjo.loyro@gmail.com

Arandu, 15/11/2009