Carta ao Amor...

27 de dezembro de 2009

Querido sentimento de amor, escrevo-lhe esta carta para dizer o quanto sinto sua falta, tenho passado por momentos em que estar comigo mesmo é a única opção de estar em paz, talvez, com o mundo. Sinto como se sozinho pudesse explorar meus sentimentos, aguçar minhas percepções sobre meu ser, mas nisso tudo, sinto falta de ti!

Estive nas ultimas semanas permeado pelo sentimento de paixão, tive esperança e fé de que desta vez seria correspondido e que você surgiria em minha vida, para dar uma cor especial em tudo o que vejo, tudo o que ouço, tudo o que sinto. Com toda certeza serias bem vindo.

Infelizmente ainda não foi desta vez, ela uma menina esforçada, bonita, que diz e tenta aparentar ser alguém difícil, mas que no fundo quer apenas amar e ser amada. Pena que não mandamos em nosso coração, apesar de o cérebro estar bem acima, não superior ao sentimento, aliás, nunca sabemos se sentimos porque pensamos ou se pensamos porque sentimos, é como a velha história do ovo e da galinha.

Esta paixão veio como agradável surpresa, já imaginastes como é se fechar para um sentimento e evitá-lo ao máximo, e num belo dia alguém com toda simplicidade, alguém aparece e abala o coração, fazendo ir ao chão toda a couraça, todos os escudos que criamos para nos defender? Pois é, creio que você nunca imaginou isso, afinal és tão puro, sincero e contagiante que jamais precisaria se afugentar não é?

Fugindo da paixão, sentimento avassalador, assim como o fogo que queima tudo por onde passa, ou então um turbilhão de emoções que faz de nós, humanos. Meu coração que estava trancado a sete chaves desta vez bateu tão forte, que grades de aço de nenhuma prisão seria o suficiente para contê-lo. Ah querido Amor, não sabes o quanto me senti vivo! Passeando pelo jardim me deparo com uma borboleta e penso: será que cultivei meu jardim e a borboleta veio a mim?

Na duvida não pensei, literalmente entreguei um coração a ela, como símbolo do que sinto, do que desejo, e acima de tudo do quanto gostaria que esta paixão se tornasse amor.

Tu bem sabes Amor, o quanto meu coração está calejado por não ser correspondido, e desta vez com sinceridade não tive medo de me perder, de ver que tudo poderia dar certo, ou não, mas que no fim seria bom o quanto durasse este sentimento, e como dura! Mesmo depois do não, a amizade continua, mas e meu coração? Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que está tudo bem assim. Não! Não está bem, a amizade existe sim, mas o sentimento de querer fazê-la feliz, de estar ao seu lado, para segurá-la sempre que tropeçar numa pedra, de protegê-la contra o frio que vem de muitos corações humanos, ou de simplesmente dar carinho, atenção, ser cúmplice, este sentimento todo ainda está batendo em meu peito.

Amor, um dia quem sabe, outra pessoa surgirá em minha vida, tocar meu coração, a paixão surgirá novamente, e não pensarei duas vezes em tentar te encontrar outra vez, hoje ainda penso nela, sonho com ela, acordo e é ela quem surge em minha mente... Às vezes andando por aí, penso como seria bom, se ela estivesse ao meu lado, caminhando, sua presença já me bastava, e eu seria capaz de dar o mundo a ela, só para vê-la sorrir, um sorriso sincero.

Enfim querido Amor, esta “carta-desafabo”, é também um convite a ti, para que possas aparecer em minha vida, como a planta que cresce na terra fértil, e que eu possa encontrá-lo no olhar daquela que o destino me reserva... esperanças de que seja esta ainda existe, mas se for uma outra alguém, não hei de reclamar, basta que me apontes quem seja, e faça meu coração vibrar, e que claro, sua prima, a paixão, possa me dar uma ajudinha.

Sendo assim, encerro por aqui, com meus sinceros sentimentos de saudades de ti, e assim que receber esta carta, por favor me responda, ou, se preferir, venha pessoalmente me responder.

Muito obrigado por sua atenção Amor.

Com saudades,

Um Jovem Peregrino.

Ricardo Takaki
Enviado por Ricardo Takaki em 20/11/2009
Reeditado em 23/11/2009
Código do texto: T1935144
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