Carta aberta para um chato

Quem esperas que eu seja? Mulher...esposa...

amante...mãe...irmã...um nada...(marionete?)

Se falo sou intrometida...

se me calo...sou covarde...

Quando me adianto e tomo iniciativas

sou atrevida...se nada faço...sou incompetente...

(tímida eu nunca fui)

Se aceito os argumentos...sou uma idiota...

se rejeito, me chamas de radical...

e não adianta ter meio termo, você não os reconhece...

Como esperas que eu me comporte?

Se eu tenho amigos...achas que sou carente...

que só tu deverias me bastar...

se não falo com ninguém...enlouqueço...

Quando distribuo sorrisos e beijinhos...

já perdi a vergonha!!!

E por onde anda a tal vergonha?

Em que século tu vives?

Onde será que eu deveria estar?

Se parece que estou sempre no lugar e na hora errada...

em que tempo eu deveria me achar...

ou ainda...eu deveria me achar?

Se sou carinhosa...logo... não presto...

se fico distante...sou chamada de iceberg...

Por um pouco mais já seria uma Messalina...

pobres das minhas poesias e prosas...

injustamente apontadas...

um canhão à elas direcionado...

seriam o fruto do meu pecado...

minhas filhas declaradas...

Como será que eu deveria ser?

Amiga...falsa...calada ou falante...

confesso que já tentei mas nada parece agradar...

optei ser eu mesma...

Dane-se se me chamam de a mais boazinha...

ou se sou a internauta desregrada...

se me escondo atrás das olheiras...

Que me importa se condenada pela escrita...

virei maldita...se por ser popular virei motivo do desagrado...

se por ser assim tão interessante e tão procurada...

virei teu pesadelo...

Do que adianta me enredares na tua teia...tentar matar a minha veia...

hoje me atiras ao chão...

Parabéns Campeão!

Quantas vezes já me atirastes a lona...

e deixei que te sentisses um rei...

o meu dono...mas essa conversa me cansou...

essa luta acaba aqui...

Não sou nada e não sou ninguém...para ti.

Sou carente, sou atrevida e muito querida...

mas não para ti.

Sou babaca, piegas , boazinha e daí?

Meus versos são meus filhos sim,

frutos do meu amor...exagerado e puro...

e esses tu não os tem, não nasceram de ti.

E não adianta dar piti...me esquece...morri para ti...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 24/05/2005
Código do texto: T19406
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