Distorção

Querido amigo, em minha última carta contei qual seria sua posição em minha convergência, isso mesmo, a mudança, a retirada das escamas que haviam em meus olhos.

Não foi um passo de mágica, foram mais de três décadas procurando algo que sempre esteve aqui, não sei bem quando perdi esse referencial, mas estou grata por me reeencontrar.

As esquinas da vida são traiçoeiras, quando não sabemos o caminho a seguir, e, sem G.P.S nos tornamos náufragos em terra firme.

É muito engraçado, hoje começo a admirar a face refletida, nunca me senti tão especial quanto agora e de repente, a doença surge. Os que estão ao meu redor estão abatidos, isso não me alegra.

Quero acreditar na vida, sou capaz de me curar, sei as causas que me fizeram adoecer e estou em processo de libertação. Não ouso pensar em nada negativo, não por medo de atrair algo ruim, mas por acreditar neste Deus vivo que habita dentro de mim.

Esta é a distorção que me faz mais mulher, em minha fragilidade, sou forte e crente no amanhã. Sou a esperança de alguns e a voz daqueles que desejam se desprender das redes do passado.

Lanço mão das minhas "falsas verdades", já não quero ser a primeira, nem a última, aspiro a esperança da vida e a certeza de ser Única.

Mais uma vez agradeço por sua paciência, você apresentou novamente a cor dos meus olhos e me mostrou a largura do meu sorriso, enquanto o "mundo" deseja a extensão da minha dor.

Abraços

Esperança

Cris Vitarelli
Enviado por Cris Vitarelli em 29/11/2009
Código do texto: T1951418
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