Amigos, boa noite
 
O texto que acabei de elaborar e envio agora joga luz no zelo, cuidado e carinho que Jesus tem pelas mulheres.
 
O ZELO DE JESUS PELAS MULHERES
 
Jesus demonstrou um apreço especial pelas mulheres e sempre aproveitou todas as oportunidades para travar um diálogo com os que sentiam sede de uma palavra.
 
Seu primeiro milagre foi por intermédio de uma mulher, Maria, sua mãe – As bodas de Caná (Jo 2,1-12). 
 
Por causa de duas mulheres – A Samaritana e Maria Madalena -, ele transgride as leis da época. Havia uma determinação de que os judeus não podiam se comunicar com os samaritanos. Jesus, entretanto, ao avistar a samaritana não se conteve e com ela travou um longo diálogo. Prometeu-lhe a água viva (João 4,1-42).
 
É importante notar que Ele sabia da sua missão abissal e do tempo exíguo para cumpri-la – teria que fazê-lo até os 33 anos. Contudo, nunca negou o seu tempo a quem quer que fosse porque sabia que o diálogo é uma poderosa ferramenta que aproxima as pessoas. 
 
São João relata o encontro de Jesus com Maria Madalena em um momento particularmente perturbador da vida dessa mulher. A lei da época determinava que se houvesse o flagrante do adultério a mulher seria condenada à morte por apedrejamento (João 8,1-11).
 
É nesse cenário inóspito que Jesus transforma o limão em limonada. O que deveria ser um fim vergonhoso e trágico para essa pobre mulher, Ele transmuda em redenção.
 
Somente Ele, com tanta sabedoria e sensibilidade é capaz de enxergar além das aparências. Ele não viu um corpo de mulher, como certamente muitos veriam. Ele enxergou a alma dessa mulher e, em vez de condená-la, deu-lhe oportunidade para mudar o rumo da sua vida.
 
Em Lucas há novo encontro de Jesus com Maria Madalena. Ela, que não foi convidada para a refeição na casa do fariseu, arrisca a vergonha pela possível expulsão e entra na casa, derrama um vaso de alabastro cheio de perfume (de grande valor) nos pés de Jesus e enquanto chora seca os pés do Mestre com seus cabelos (Lc. 7,36-50).
 
Mais uma vez, sem querer, Maria Madalena põe Jesus em situação difícil perante os demais. Contudo, Jesus veio para confundir, para desconstituir as leis toscas dos homens, para ensinar uma nova doutrina – o amor incondicional. 
 
Jesus então, vendo que os ânimos estavam exaltados, conta-lhes uma parábola em que evidencia a importância do perdão. “Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?” Simão respondeu: ‘A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou.”
 
Jesus aproveita o momento para relatar a maneira fria como foi recebido pelo anfitrião e o zelo desmedido com que foi recepcionado pela pecadora porque “ao que pouco se perdoa, pouco ama.”
 
Mais uma vez Jesus ajuda Maria Madalena a reescrever a sua biografia lavando as vestes no sangue do Cordeiro.
 
Ah! Jesus, nenhum homem soube amar as mulheres como você. Porque você não olhou para a estética exterior dessas mulheres. Não! Você, como uma lança afiada, atravessou a alma de cada uma delas.  Foi assim com Maria, sua mãe, com a samaritana, com a hemorroíssa, com Marta e Maria, irmãs de Lázaro, com Maria Madalena.
 
Talvez por ter sido repudiada por todos e duramente julgada Ele a escolheu para ser a primeira pessoa a vê-lo ressuscitado. Não há canonização mais poderosa que essa de Maria Madalena.
 
Esse encontro sublime, último de Maria Madalena com o seu Mestre é relatado com riqueza de detalhes por João no capítulo 20. Vale ressaltar que Maria Madalena foi ao sepulcro juntamente com outras mulheres. Essas mulheres certamente tinham um passado louvável, irrepreensível. Jesus, entretanto, não aparece ainda. Não para essas mulheres de vida santa.
 
O evangelista relata que Maria Madalena corre à cidade para avisar a Pedro e João que roubaram o corpo do Senhor. Eles saem apressadamente para o sepulcro, encontram-no vazio, acreditam na ressurreição do Mestre e retornam para suas casas. Então acontece algo esplendoroso, inexplicável para nossas mentes deturpadas. O Mestre dos Mestres espera que ela, a repudiada, fique sozinha, sem a companhia dos gigantes espirituais Pedro e João para só então aparecer de maneira gloriosa para ela. 
 
Ele não só se manifesta como aproveita a oportunidade para conversar com essa ovelha desgarrada. E como se não bastasse tamanho destaque ele cita o seu nome – Maria, demonstrando familiaridade, proximidade, carinho por ela, a rejeitada pelo mundo.
 
Aprendamos com Jesus a enxergar além das aparências, a ver o que é invisível aos olhos. Aprendamos a enxergar com a alma.
 
Texto escrito em 02 de abril de 2007 e enviado por e-mail a um grupo de amigos.