Sei que você vai entender

Maldito seja o tempo que me afasta de você, mas que outrora me fez tão feliz porque lhe trouxe pra perto de mim. Pena que isto pareça um tempo tão distante. É culpa da falta que você me faz, ela é quem conta as horas por mim. A saudade teima em ficar girando os ponteiros pra eu me perder, e no tempo-espaço não vejo nem a sua sombra, nenhum vestígio, nenhuma pista sua.

De vez em quando tem alguns relâmpagos, o bastante para uma palavra sua, seja lamento, uma risada ou sua voz encantada de amores pela namorada com quem você tanto briga, eu sei, mas que insistentemente ama.

Não deveria ser assim. Por que, afinal, a vida traz e leva tudo com tanta facilidade? Por que tira das minhas mãos a parte que eu guardava de você? Cada momento bom é como uma primavera com céu de brigadeiro, então acordo e vejo que não posso retê-la para sempre.

É cruel precisar de alguém, sentir-se triste, chorar sozinha. Sinto-me vazia e logo você que preenchia esse espaço, me parece longe, longe.

O fato é que você sempre foi distante de tudo, vivendo alheio no mundo, olhando para o céu, para frente, mas nunca pro chão. Na verdade, olhando de fora. É da janela do universo que você vê minha casa, meu planetinha azul. Vê minhas atitudes, vê quando estou alegre, vê até o que eu não mostro. Mas somente vê, observa, você está sempre do lado de lá, depois da margem. Não que você seja um lunático... Pensando bem, você é sim!

Pra alguém tão sozinha quanto eu, é uma sina muito caprichosa que a vida me impôs, essa de gostar de um viajante, um turista, que tem pouso eterno em meu coração e na minha memória. No fundo, meu único medo, é ver que você pegou uma estrada aonde nenhuma das placas mostra o caminho até mim, nem mesmo perto. Mas sabe, não adianta. Eu seguiria suas pegadas na areia antes do mar apagá-las pra sempre!

Sentindo falta de você,

Alguém que lhe guarda sempre!

Carol Bohone
Enviado por Carol Bohone em 30/01/2010
Código do texto: T2060531
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