Carta à vida
Querida vida,
Tem soado na minha cabeça uma voz fininha que me orienta o coração. As coisas estão a melhorar e eu nem tenho conhecimento de como exercer reação a isso. Por vezes parece mentira ser sequer possível haver dias aqui na urbe desprovidos de chuvas emocionais, sem perseguições à mim mesma, ao meu passado. Existe poluição no ar, mas eu hoje respiro e nem sempre sinto o ar pesado, sabe-me leve, puro manifestando expectativas. Acordo manhã a manhã e movo-me lentamente na cama, surgem mil imagens na minha mente se contemplo o sol a infestar-me pela janela que me resguarda do teu som original, minha vida. Eu desejo muitíssimo subir a escadaria da vida, mas existem degraus ainda muito escorregadios.
Tatiane Gorska