Razão X Emoção

domingo, 7 de fevereiro de 2010.

Ontem eu fiz uma descoberta muito interessante sobre mim, sobre certos fatos na minha vida.

Digamos que foi uma descoberta interessante, importante, mas ao mesmo tempo um pouco frustrante.

Eu descobri que durante muitos anos eu racionalizei demais algumas coisas, e como se diz: nada em demasia geralmente é muito bom.

Durante muito tempo, embora minha Emoção dissesse e desejasse uma coisa, a Razão sempre se colocava presente e acabava por sufocar a Emoção. Até que havia algumas razões consideráveis que podem se justificar, e como essas razões, na época, ainda eram ‘questões’ um pouco confusas eu sempre acabava dando ouvidos à Razão e não deixava que a Emoção se manifestasse.

Às vezes a Razão vinha em defesa de alguns princípios e até de alguns medos, pra falar a verdade. Sim, durante muito tempo eu fui medrosa – por conseqüência de alguns acontecimentos – e isso me deixava muito mal e não permitia que me lançasse a certa “aventura”, não me deixava que “me arriscasse pra ver no que dava”, mesmo que isso fosse algo tão forte. Confesso que ainda tenho alguns medos, mas agora as coisas são um pouco diferentes e a consciência bem mais madura. Sim.

Então, depois de muito tempo, com aquelas 'questões’ resolvidas na minha cabeça, quando finalmente a Razão conseguiu se entender e se unir com a Emoção... já era tarde demais.

Assim, quando meu coração finalmente entendeu e percebeu que havia perdido algo que teve durante muito tempo em suas mãos, e que poderia ter assumido e conquistado esse algo só para si de uma vez por todas... o peito doeu. Ah! Como meu coração ficou pequenininho e se encheu de dor.

O peso na consciência de ter entendido isso só agora e de ter racionalizado demais as coisas e não ter permitido que a Emoção se manifestasse pelo menos em alguns momentos, tomou conta de mim.

Meu Deus! Como tudo ficou tão claro, mas só agora.

Tudo bem que havia outras coisas na minha vida a se resolver pra que eu pudesse me sentir e ser totalmente livre de qualquer medo, trauma ou fantasma... mas por quê? Por que eu fiz isso?! Como eu consegui ser tão racional? Por que eu me fechei, me segurei tanto a essa Emoção, a esse sentimento? Pelo menos isso mostra que o ser humano pode sim dominar seus impulsos, ser consciente de si, mas é realmente preciso ter cuidado e não ser tão racional assim para isso não se tornar um tormento no futuro. E foi o que aconteceu. Nesse caso a Razão foi como um espinho que sufocou a flor tão linda da Emoção.

Agora a Emoção mostra à Razão que ela, a Emoção, é quem estava certa, e a Razão foi dura demais.

E agora? O que fazer? O que fazer neste momento em que a Emoção está pronta pra se revelar, pra se abrir, pra viver, mas não pode?

Será que a Emoção vai ter que mais uma vez se fechar se sufocar? Até quando meu Deus? Será que esse remorso vai passar um dia?

Será que essa Emoção ainda vai ter uma chance de finalmente se mostrar e viver, e não mais se esconder? Ou justamente agora terá que esquecer tudo isso?

Ju Torres
Enviado por Ju Torres em 10/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2079046
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