À exaustão de mim mesmo

Eu me dei às palavras, exaustivamente repetidas, descrevendo as sensações dos sentidos, tentando esvaziar minha mente de ideias tão devastadoras quanto a certeza de que não tenho o poder de reter o momento e menos ainda de conservar o que pensei ter tido algum dia. Precário o meu conhecimento, tão pobres minhas conjeturas... escassa a força do envolvimento que entrete e enternece aos olhos de quem me lê em tão cansativos relatos... pudera! A vida também é feita de fatos, de interlúdios meramente sentimentais. E o que faço deriva da mesmice, de sentimentos tão triviais, repletos de um mesmo nada, que não diz nada, que não acrescenta nada a ninguém. Talvez, num instante menos tenso, eu possa dizer de outras inspirações que dissertem algo mais valoroso do que esse meu contexto sempre previsível, nada criativo e tedioso...

LEÃO FERIDO
Enviado por LEÃO FERIDO em 28/02/2010
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T2112579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.