O gostar

Mesmo a quilotremos e quilometros de distancia, tem certos sentimos que insistem em nos perseguir.

Pode ser que seja, e espero que seja, momentâneo, devido as mudanças no hormino, vulgarmente chamada de tpm. Mas tenho a certeza límpida de que vai além disso.

Por tantas vezes esperei que isso viesse acontecer, alguém viesse e roubasse meu mundo, minha tranquilidade e meus pensamentos. Pois... mas esqueci do quanto me incomoda o fato de gostar de alguém.

A única coisa que me ronda a mente agora, é que não consigo esquecer aquele velho e conveniente ditado: O feitiço virou-se contra o feiticeiro.

Tanto tempo temendo pelo o que pudesse ser, e juro que não previ em nenhuma das várias hipóteses em minha cabeça, que pudesse ficar assim. Evitei tanto com medo de perder uma amizade, de vir a magoar alguém como de costume, mas me esqueci o quanto sou frágil para assuntos do coração.

Agora que o tem na mão, pulsante e sagrando, sou eu. Com medo que possa usar aquela faca que está a alcance da mão, e esquarteja-lo em mil pedaços.

Não tens nada que me agrade, mas sem querer fazemos planos, e pensamos em possibilidades e tenho sinceramente medo que nada venha a realidade.

Pode ser uma impressão besta, mas acho que te afastasto, não consigo mais ver o brilho nos teus olhos quando me olha, e talvez eu os tenha roubado para os meus.

Agora tenho sinceramente vontade de jogar-me dessa janela, ou pegar a faca mais afiada e partir meus pulsos ao meio. Mas talvez nem isso te abale.

Sinto como se tivesse duvidado da tua capacidade e agora pago o preço, de não ter acreditado que poderia vir a me abalar. Ultimamente nada parecia ter o poder de me abalar. Mas tu assim fizeste. Me levaste para longe de mim mesma, a momentos que não passo a anos.

Sinceramente não sei o que faço, estar aqui jogada para escanteio me entristece, me abala, me machuca, me magoam como dizem aqui. Mas acho que nem sequer imagina tudo isso que passa agora em minha cabeça.

Mais uma vez é mais uma carta que não virá a ser lida por quem deve, ou para quem quero mandar a mensagem. Mas para não perder o costume ainda uso disso quando estou depressiva, até que a vontade de suicídio passe.

O que me faz ainda voltar a tomar mais um gole de vodka enquanto escrevo, é lembrar-me o quanto é fácil terminar com tudo isso. Nada que semana que vem não apague, enquanto viajo 9 horas da tua distancia.

Gostaria agora mesmo é do teu abraço delgado, dos teus lábios molhados que parecem completar o meu. Mas não os tenho, e quero também distancia, da magoa e da dor. Isso é tudo que vejo no nosso horizonte. Isso é tudo que posso esperar dessa história, que mal começa e acho que já chega ao fim.