AMOR DO PASSADO

Deverias amor lembrar-te de ti um dia com mágoas, rancores, tristezas, mas o amor não me pedes isso.

O amor vestes um lindo vestido chamado alma, um adorno de cabeça chamado pensamento em ti, descalços caminha na eternidade de uma paixão sem fim.

Só quem um dia amou sabes do que escrevo.

Ah! amor meu! Quantas saudades escrevo. Descrevo teu nome em muitas vias de papel, em dígitos que caminham por fios, tentando simplesmente eternizar-te.

Amo-te ainda despudoradamente e meu grito calado em meu peito esconde até no adorno da alma meu desejo em ver-te. Ainda tenho o mimo que me destes em forma de jóia, as pérolas embora antigas, irradiam sua cor suave e eternizada. "Dizem que amores que começam em pérolas serão amores infelizes e distantes". Hoje creio amor, que sim, esta superticiosa frase que ainda soa em minha mente sempre esteve correta. Seu sorriso hoje de pai e de marido não são os mesmos que conheci.

Seu sorriso ao meu lado era farto, constante e feliz. Irradiava todos os dias ou meus dias. Ainda tenho aquele retrato. Você não está mais igual, mais envelhecido, mesmo com semblante triste por não estar ao meu lado, amo-te. Mesmo que ainda lamente pelos seus filhos não serem meus. Amo-te.

Pois o amor nada esquece, nada pede. Apenas nos entorpece, enebria, nem sempre soa mentiroso, mostra verdade.

Nós somos cegos, inúteis ao seu poder. Desperta inveja, ódios e traições, pois as traições pertencem aos egoístas.

O amor em sua linguagem é complicada, indireta, dolorosa, triste, servil.

Quem sabes um dia amor, dormirei e acordarei nos teus braços. E agradecerei a Deus por mais um dia te amar.

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Malu Freitas