CARTA DESAVISADA

Não sei se lerás esta carta. Muitas palavras tentei usar... Muitas palavras faltaram. Palavras que poderiam dizer, mas não disseram... Pensei em um poema, mas ele se recusou a vir. Mandou-me uns versos arredios e mais nada, mais nada...

Não sei se lerás esta carta. E espero que leia porque pensei muitas palavras para dizer o que gostaria... Palavras que poderiam encantar. Palavras que poderiam convencer, mas nada... Pensei em um conto, mas um conto requer uma história e não posso contar histórias...

Não sei se lerás esta carta. Pensei em todos os momentos. Em todas as noite e dias e tardes e muitos cafés e conversas... Pensei nas palavras trocadas ou silenciadas... Pensei em todos os gestos, olhares e risadas... Pensei que o tempo poderia voltar e voltar e voltar para que vivesse continuamente o que se foi ou não foi ou poderia ter sido...

Não sei se lerás esta carta. As palavras que fugiram, as palavras que desertaram, as palavras que me abandonaram não poderiam mesmo dizer plenamente o que sinto. Prefiro, então, deixar o meu rosto ao vento, fechar os olhos e lembrar da tua imagem e saborear o sentimento que tenho ao pensar isso...

Fecho os olhos e penso...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 20/04/2010
Reeditado em 09/09/2010
Código do texto: T2208892
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