Dezembro

O último mês do ano; época de festejar, comemorar, recordar o tempo passado. Época de planejar, de ansiar pelo ano seguinte, de descansar. Dezembro é um mês diferente, mas eu, sinceramente, não imaginava o que aquele dezembro de 2007 me preparava. Já em seus últimos dias, em sua última semana dezembro vem me dar vida, vem me colocar em mãos um futuro nada premeditado; dezembro vem me dar o maior presente que jamais ganhei em nenhum dos quaisquer meses passados. Em dezembro, no dia 26, mais exatamente, o tempo foi meu amigo e me apresentou você.

Era só uma tarde qualquer de um vinte e seis de dezembro qualquer. Não, definitivamente, não era, e o motivo de não o ser era um nome até então desconhecido; um nome: Jéssica Braga. – Estava escrito em azul, e sua existência certamente se destacava naquela página de Internet. O nome, as palavras Jéssica Braga era um link, um endereço; para onde? Eu lhe digo para onde: Felicidade. – Foi o clique mais importante, o clique mais acertivo da minha vida, e em alguns segundos pude ver a face, a face com que um dia eu sonhei mas não reconheci. Era uma foto em preto e branco, de ângulo lateral; um rosto de perfil, belo! Aquela face, além de transmitir a beleza que me encantou, mostrava-me o meu futuro numa explosão de intensas certezas e incertezas. Uma das incertezas: ela é real? Uma das certezas: estou apaixonado por ela. Ao correr os olhos pela página o fluxo de informações me atacava e a cada palavra que eu lia naquela descrição a minha certeza aumentava. O “quem sou eu” dizia: Mais alguém (ou ninguém). – era, com certeza, imprevisível – Vinte e duas comunidades em comum, seria essa a desculpa perfeita para as primeiras palavras direcionadas à ela por mim. Tentei raciocinar um pouco e vi que escrever “garota, estou apaixonado por você” talvez não fosse o melhor começo, mas era com certeza o meu desejo. – Aquela noite foi a primeira das infinitas noites que eu iria me deitar com só um pensamento na cabeça: você, Jéssica.

A resposta ao recado não demorou a vir, foi logo no dia seguinte, e ler aquelas tuas palavras causou-me significativas mudanças corporais. O coração acelerou, os olhos melhor focaram-se nas palavras, e o melhor: um sorriso abriu-se no meu rosto. – Jéssica existe –

Dezembro

27 de dezembro de 2007

Dezembro

Dezembro

Um dos últimos dias do ano, que valeu a pena apenas não por um mês ou um ano, mas um dia pelo qual valeu a pena nascer. Um dia pelo qual vale a pena

Existir.

William Telles
Enviado por William Telles em 21/04/2010
Código do texto: T2209658
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