Quando tudo acaba.

Sinto muito por tudo, sua falta é uma dor horrível. Mas não posso te envolver em meus sentimentos, sofrimento. Eu vou ficar aqui te esperando, afinal o que seria esperar senão reconhecer-se incompleto e é assim que vou ficar, nem que seja a vida toda, não quero amar ninguém, já tenho você e isso esta resolvido, decidido. Você é parte de mim, longe ou perto, felicidade espero eu ter com tantas outras cousas, porém ser feliz só de todas as manhas meus olhos me banharem com você aqui perto de mim, eu ser-seria então completo, só assim.

Deus, somente és, quem pode me guardar dentro de ti, será ele quem dirá quanto tempo precisamos. Eu estarei aqui incompleto sem saber ao certo o dia da minha felicidade. E se tudo isso for apenas poesia é porque Deus realmente só tira da gente o que não é da gente. O “pra sempre” já existe aqui em mim, incompleto. Talvez você note minha presença ao seu lado por onde andaras, só sem mim, de atenção as batidas do seu coração, o mesmo que me fez acreditar no “pra sempre” e se dada a atenção me sentir, espero que sim ou talvez você passe uma vida sem notar isso.

Só não quero mais me estragar com minha própria defesa, você não entende, ninguém entende ninguém nesse mundo e não seriamos nós dois, dois iluminados. Mas é por isso que Deus existe, no amor, ele passa no tempo, bota coragem na gente, muda a gente. E é essa a luz que ele nos concede, porque o amor é iluminado, e é só essa a luz que a gente pode, um fogo, um calor.

Abriu-se uma ferida em mim, tenho medo de você, isso nunca me aconteceu em minha vida, eu me machucar e sentir tanta dor por outro alguém, medo só de pensar em união, em nós, é horrível. Não consigo mais pensar em amar sem que venha esse açoito, essa dor, medo. Lembro que pedi a Deus para me ajudar a compreendê-la, e no mais breve essa ferida se abriu, e se for isso que te faço sentir, me perdoe, sinto muito. Amar não há de ser verbo inda, posso dizer que te amo, apenas.

Certo e errado de que o tempo cura feridas, tinha fé em nós, mas essa ferida se lança e me traga no medo, medo de você. Essa é a ferida que se abriu. Não... não quero, não consigo.

Não sei se esse é meu jeito de dizer adeus. To feito pato quando anda de lado, capenga sem saber se vai ou se fica. Que será que me isentará dessa dor?

Saiba que nossas vontades e desejos eram recíprocos. Estou disposto a sair, sem fantasias, sem sonhos e até mesmo sem você. Não importa quem errou, amor não existe só, cumplicidade deveria ter sido maior. Sonhos? Ora veja, basta a gente fechar os olhos e eles acontecem. Ficar de olho aberto temendo coisas que já aconteceram, todas se vão acredite. De olhos abertos temos mais é que olhar pros lados e ver que as pessoas ali são todas “encantadas”.

Queria eu tanto te dizer que aprendi amor verdadeiro com seu sofrimento, retratando executáveis prazeres lidos em historias imaginarias, diversas, historias de amores, poetas e autores. Mas não, eu aprendi, finalmente, com meu sofrimento, o mesmo até então desconhecido. A ferida continua aberta e jorrando a dor, o medo e a angustia. Mas o que faz a dor e o sofrimento senão que olhemos para nos mesmos? Decidiremos nossas escolhas sem nos preocupar-se-mo-nos. Só não me julgue eu ser um aprendiz “rápido”. Pois sei o que projeto.

Cuide bem do seu amor...próprio. Esse a gente não pode deixar partir.

OBSERVAÇÃO:

Há no texto, algumas citações do grande mestre João Guimarães Rosa, as mesmas que me deram a graça de tal escritura, humilde, porém de bom carecer, do que posso....

MUTATIS
Enviado por MUTATIS em 17/05/2010
Reeditado em 17/05/2010
Código do texto: T2262582
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