Meu amor,
 

               Ainda arde em mim cada palavra escrita em meu corpo por seus dedos ávidos de desejo, desenhada por seus lábios atrevidos que escorregavam por minha pele e, do jeito que você sabe fazer, escrevendo poesias em minha alma. 


               Nossos corpos, embriagados de paixão, escreviam declarações de amor, promessas, pactos de fidelidade, pequenas bobagens. Meu corpo se contorcia sorrindo com nossas loucuras. Suas pálpebras, entreabertas, podiam me ouvir respirando sua beleza, murmurando risos de felicidade através do deslizar de minhas mãos em seu corpo nu, coberto apenas por meus beijos.


               Em você, escrevi meus melhores versos, encontro as rimas mais ricas e inusitadas. É gostoso ver você devorando cada palavra com seus olhos e boca famintos de amor, sentir seu suor e saliva gravando em minha memória as paisagens de nosso amor.


               Gosto quando usa meu corpo trêmulo e extasiado de paixão como pergaminho, para depositar sua poesia sensual e ardente, propagada de uma forma tão intensa que dificilmente deixará em paz as minhas lembranças.


               Hoje, entretanto, escrevo para você com os olhos marcados de saudade, manchados de solidão. As letras saem doídas, os versos borrados, as estrofes se desmancham na umidade do olhar. Minha tinta, a saudade, vai grafando novas mensagens que se transformam em versos não rimados, não compartilhados, não vividas...


               Neste momento beijo sua imagem, tatuada na retina de meu olhar, com lábios que guardam poesias plenas de desejo...


 Feliz Dia dos Namorados meu amor!

 



Da Série: As Cartas de Amor que escrevi para você. 




 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 11/06/2010
Reeditado em 25/09/2010
Código do texto: T2314342
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