Eu nunca disse adeus

É amiga hoje está frio, ouço barulho lá fora. A bagunça reina, existe uma euforia, porque o Brasil ganhou o jogo contra a Costa do Marfim.

Todo mundo está gritando, comemorando. Eu também fiquei feliz com a vitória, mas meu coração está meio triste. Normalmente eu fico assim aos domingos, pois já começo a pensar com angústia na segunda-feira. Nossa! Como eu detesto as segundas-feiras, elas são cansativas e não passam.

Mas, hoje eu lembrei de você, daqueles nossos tempos, em que ficávamos horas conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Falávamos sobre besteiras, amenidades, ríamos e brincavámos por tudo e por nada. Eu ainda me lembro das discussões que tinhamos por causa de nossos artistas favoritos, eu defendia os meus e você os seus, mas na maioria das vezes a gente até curtia os mesmos; mas sempre tinha alguns que não batiam e aí a gente se pegava: mas é claro que só nós pegávamos em palavras, jamais partimos para o braço. Isso porque sempre nos gostamos muitos. Eram tempos dificéis, complicados; mas a esperança permanecia.

E a gente seguia juntos apesar da dor e da distância: um sempre dava força ao outro. A gente falava por telefone, mandava mensagem, marcava de se encontrar. E naqueles raros momentos, a gente esquecia do mundo. Era como se ninguém mais existia, e a gente se acabava de tanto conversar. Me lembro da gente conversar por quase três horas seguidas. E com isso, o tempo passava, e com ele ia a angústia e as dores. Nossa! Hoje eu vejo o quanto foram bons aqueles momentos, e posso sentir o quanto eles foram importantes para mim.

Mas, o tempo foi passando e cada um foi para um lado. Você se casou, teve filho; partiu para outra cidade e eu arrumei serviço longe e parti. E assim, seguimos cada um nossos rumos e hoje não nos falamos mais, já faz algum tempo. E às vezes me pergunto: o que aconteceu com aquela amizade que tínhamos? Onde foi parar aqueles momentos tão simples, bonitos e verdadeiros que vivemos por tantos anos? E hoje, só não me sinto tão mal, porque pelo menos nós ainda não nos dizemos adeus, e enquanto isso não acontecer, ainda resta a esperança daquela nossa bela amizade, quem sabe um dia, renascer. E enquanto isso não acontece, vou vivendo das boas lembranças de nossos momentos juntos. E Eu vou recordando de uma amizade que vai ficar para sempre guardada em meu coração, por toda eternidade, até a morte, como a marca de punhal.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 20/06/2010
Código do texto: T2331366
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