O bilhete

Explicando: Pra quem leu o texto "Um discurso para um reino inteiro", isso aqui é um outro pedaço da história que estou escrevendo/reescrevendo pra tentar publicar como primeiro livro. Pra quem quer entender como começou essa maluquice, leia "Um discurso para um reino inteiro". Essa eu parte acabei de escrever, é um bilhete que o aprendiz, já professor(protagonista) acaba de receber de uma "aluna misteriosa". É isso, então...boa leitura.

"O tempo; e a distancia irão; separá-los, no final de tudo restarão apenas laços".

Foi exatamente como pensamos.

Logo você, que tinha uma "história impossível", desistiu dela.

O que virá quando sua chama se apagar? O gélido e impiedoso frio? Me encolher no escuro?

O que eu posso fazer? Ser uma heroína e fazer algo impossível? Esse não é o meu papel na história.

Não temos culpa...apenas aumentou o abismo...a distância...as coisas...os empecilhos...as cargas...

O que virá agora? Mais idas e vindas de uma espada que fica me atravessando?

Não sei, mas não temos culpa.

Será um bilhete de despedida?Algo como:

"Adeus...não tem tanto valor..afinal, nos separamos tanto que não nos alcançaremos mais. E em meio a esse abismo enorme, ainda pudemos ficar juntos e manter nossas promessas. Incrível. Não te culpo. Você cresceu. Que a benção dos elfos esteja contigo, que os quatro ventos o protejam e o acompanhem.

Lilith, a Lampianrerin."

E o aprendiz mantêm os olhos fixos no bilhete, dizendo: -Exato, e não exatamente. Aprendi que para pessoas como nós raramente existem finais felizes. Aprendi que as nossas vidas são amaldiçoadas e nos obrigam a usar máscaras."A mais pura verdade"...é o que você diria. Segundo você, não temos culpa disso. O tempo...com ele, acabei perdendo a crença. Logo eu que tinha uma bela história impossível, cresci. E não temos culpa disso. Correto, e ainda assim errado em certo ponto: Não será um bilhete de despedida.- respondeu o então aprendiz-professor, sem saber qual lado no momento era o predominante. E continuou:

- Ainda não...- O bilhete já amassado em suas mãos agora está desfocado, atrás das lentes dos óculos, e em meio a lágrimas, para ele são tão raras quanto o mais raro elemento do universo.