Desabafo ao vento...

É difícil entender tudo o que se passa a minha volta.

Tudo é tão complexo, e eu me sinto como uma criança.

Incapaz de ser e fazer. As palavras soam como arpões de lanças afiadas, e que após atravessar meus ouvidos, destrói com meu interior sem nem ao menos ter piedade.

A carência torna-se mais presente a cada dia que passa, e percebo que continuo só. Pois quem se confia hoje, te apunhá-la amanhã.

Por que viver torna tão difícil quando se menos espera ? Por que quando achamos que mais precisamos de alguém para nos ajudar, estamos completamente errados, pois precisamos de nós mesmos para continuar a viver, caindo e se levantando a cada tombo só.

Apesar do pouco que vivi, descobri cedo que em meu mundo não existe amor. Apenas a desgraça se torna mais influente partindo de pessoas que não se vê em um futuro.

Quando desabafamos com um amigo, dos poucos que temos, ou até mesmo ao vento, sentimos como se um peso fantasma se livrasse de nossa matéria, e porquê é tão difícil para aquele que vive, para aquele que recebe, no tal alvo que se chama alma, mente e coração. A dor me acompanha dia-a-dia, e ao chegar ao final dele, percebo que sou apenas o que restou dele.

Nos damos por inteiro à alguém que nem ao menos calcula tamanha honra, enquanto sentimos prazer em nos doar. Como se cada ato, cada palavra dita, fosse insignificante como o ralo vento que sopra num dia nublado.

E então me pergunto... Qual a razão de tudo isso ?

E por fim, vence a dor, que afinal é o que resta de mim.