Ao meu amigo Poeta Rezende

Essa noite eu sonhei com um aprendiz

Ele tinha cara de gênio

E tinha como sonho a paz

Seu rosto era de um menininho

Com cara de anjo

E um semblante de quem já sofreu demais

No sonho eu não o via

Mas pude sentir como ele falava comigo

Ele era mudo, mas falava demais

Me dava conselhos de como instruir as palavras

Tinha seus sonhos ...

Mas vagava penumbra a dentro nos meus

Murmurava pela noite as maldades dos homens e fazia registro das amarguras do amor

Fazendo insônia daquela noite de sono que outrora me dava descanso.

Seus conhecimentos não tinham fim. Mas me proporcionavam a satisfação de apreciá-los.

Eram dignos de aplausos.

A propósito, falava de matemática sem usar números. Pois era irônicos suas transformações poéticas e filosóficas.

Em virtude disso...

Poderia vagar para sempre nos meus sonhos, sendo guiado pela bússola do meu pensamento.

Mas ele não quis.

Disse que ainda teria muito que conhecer...

Que os homens precisariam de suas palavras quando fosse amar...

Que a sua suposta "Rua triste" outrora sentiria falta do seu jardim de alegria.

Que o homem da carroça não teria motivo algum para sair as duas da madrugada.

Ou ao mesmo não existiria um novo aprendiz a cada manhã com um despertador abusado que não respeita o sentido do sono.

Ele partiu, mas dessa vez pra sonhar seu sonho.. E eu tenho a certeza que quando eu abrisse meus olhos ele não teria desaparecido, que existe um aprendiz.. quem sabe um gênio...

Algo que possa se dizer um tal Filho de Vinicius de Moraes.

Evelyn Dias
Enviado por Evelyn Dias em 29/07/2010
Código do texto: T2407236
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