Carta por amor...

Sou chama que incendeia e queima de calor, sou mistério que não expõe cor, sou homem sem destino, sou homem que ama o amor... Mas o amor... Às vezes traz dor... Esqueça! Eu esqueço! Esqueça a dor, leve como eu, para uma mulher, uma flor! No caminho, tire os espinhos... Os espinhos de tua alma imperfeita, afinal a flor é pra tua eleita! Assim que eu sou! Alguém sem espinhos, alguém que atravessou caminhos pra levar uma flor... Fiz mais... Venci a morte e mesmo sem sorte, mesmo sangrando em meu peito um corte, colhi uma flor, de pétalas vermelhas, com elas vieram centelhas que tornaram fogueira e conheci no reflexo do orvalho dessa flor uma menina-mulher, jeito faceira, sorriso de arteira, mas luz no olhar iluminando o coração, apaixonante tomou sem pedir licença, a minha razão! E eu sou quem suporta saber que há gente morta e que fui que matei... Matei com o punhal dessas próprias impróprias, aliás, não matei não... Elas se mataram e se destruíram, se acabaram... Pessoas... Umas diziam-se amigas, outras amores, outras ainda tudo! Ah, se eu não fosse quem sou... Finjo-me mudo, contudo sou é esperto e tenho por perto um anjo da guarda, sem farda, mas com compromisso e disso de mim você pode esperar... Compromisso! Com a verdade, com a moral, com a realidade e com certeza compromisso em fazê-la especial... Não sou perfeito! Já aviso, deslizo, mas não caio... Ninguém até hoje conseguiu me derrubar... Atraio não para fazer chorar, mas para fazer o oposto e tenha certeza vou fazer você derramar lágrimas do teu rosto... Lágrimas de felicidade! Verdade... Por que duvida de quem sou? Sou um poeta, um amigo da escrita e por isso em minha mente a vontade grita e escrevo o que devo! Devo no sentido do dever ou no sentido da necessidade? Os dois! Porque pra mim não existe o depois! Sou isso, o agora, esta hora, neste minuto! Absoluto! Mesmo que seja pra viver o luto... Luto do quê? Pela morte de alguém? Ora... As pessoas morrem em nossos corações porque não nos deram emoções... Por que chorar por elas? Tantas são as janelas onde se avista a esperança que implora pra que você não desista! Eu não desisti! Insisti! Sobrevivi! E estou aqui... Eu sei que alguém me queria morto, morto em seu coração... Mas perdeu... Nunca duvide de mim... Esqueceu? Sou desafio, sou se preciso, frio... Ah, mas eu disse que era chama, calor... Só para ela, o meu amor...

É por ela que eu sou o que sou... Um homem na mão com uma flor de pétalas vermelhas, da cor do líquido dito sangue, mas não se zangue, afinal eu e ela somos caso perdido... Não temos mais chance, não tem porque revanche, porque eu e ela não temos mais saída... É dela a minha e a minha é dela, a vida... Então entendeu quem eu sou? Louco? Um pouco... O suficiente pra me dizer que não preciso da opinião de alguém pra me sentir gente... Sou apenas alguém que um dia nasceu e num outro irá morrer... E o mais interessante é que sofrer eu já sofri, mas descobri que era mentira! Não sofri não! Eu entendi que estou neste mundo que não é o meu... É seu! Mundo vazio, triste, frio... O meu mundo tem cabelos lindos, sedosos e cobrem como um véu um céu de uma só estrela com uma pele morena, um perfume que causa ciúme, uma boca que canta e com seus beijos em meu rosto me encanta... Ah, essa pele que me impele ao desejo... Meu mundo, o mundo que eu sou é profundo... Esse corpo batizado pelo Pai, Filho, Espírito Santo é meu mundo tanto... Tanto que me faz escrever que em cada canto do meu viver que eu sou esse... Queria que lesse e entendesse... Sou um amigo sem amigos, sou um risco, sem perigos... Sou um qualquer, sou o que lhe convier, mas não se surpreenda e entenda de vez, sou quem você gosta ou você odeia, sou sua liberdade ou sua cadeia... Mas esqueça quem eu sou... Esta carta acabou... E junto de mim, sem fim ficou o que restou, a certeza de que meu coração nunca amou... Nunca antes dessa menina que sapeca e moleca me ilumina a muitos anos e eu não sabia... Agora me entende o que aconteceu? Fui eu que morri, mas foi você que não viveu... Eu sou o morto que preferiu a morte porque a morte não existe! Porque quando eu era vivo era triste... Então morri e fui enterrado nesse cemitério cercado de mistério, na minha cova, a prova... Foi lá que nasceu a tal flor vermelha que me doou sangue e meu deu vida num outro mundo... É por isso que a ela é a minha paixão, o topo do amor profundo onde habita o meu coração...

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 10/08/2010
Reeditado em 28/06/2019
Código do texto: T2428776
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