CARTA A BORBOLETA DE OLHOS VERDES

CARTA A BORBOLETA DE OLHOS VERDES

Jacareí, 26 de abril de 2010.

Boa noite, como vai você?

Estou só no jardim, vejo apenas rosas murchas sem os seus olhos. Luto em regar as flores com álcool ou com água, mas hoje as ataco com álcool e agora penso como nutri-las com medicamentos ou adubo?

Cadê você doce borboleta?

Numa esquina da vida, o Dono Bondoso, fez de minha vida uma piada e me afastou de você, dando opções onde não devia dar calores no Pólo Norte e neve no Saara

Sinto falta de você borboleta!

Que invadiu a minha vida, num olhar verde de grama, num sorriso branco de lua e me embriagou. Hoje sem você a espalhar o ar no meu redor choro por algo que pude controlar, penso como seria fácil ser o adubo das flores que trazem o seu alimento.

Como doi borboleta!

Ser a ave que te come e quer que o fio de alta tensão me eletrocute, não quero mais ficar aqui ter jardineiros que rezam por uma pessoa morta numa cruz, de madeira roubada de seu bosque, e que na aceitam os caçadores de borboletas e não aceitaram o caçador de feras num abismo marinho de solidão e silencio..

Querida borboleta, por que ainda estou aqui?

Por que ainda choro pelos os que foram?

Por que não consigo apenas jogá-la no formol e mudar de presa?

Dói tanto, tenho saudades de sua dança, tenho saudades da narcose que você me causava. Hoje me restam dor e medo..

Queria estar com você!

Queria ser a presa e não caçador.

Como quero partir

Vou partir Caçador de Borboletas

André Zanarella