Tu não estás?

Dentre promessas findadas e palavras escusas, vejo que tudo se findou. Cá estou a escrever, não que tenha alguma coisa para escrever-te, tão pouco alguma cobrança para fazer-te. Não mais. As palavras me parecem refugo de algo que aos poucos parece desabitar o meu ser, mas deixa resquícios, feridas que parecem não findar.

Hoje sei que não mais á amo, mas ainda me vejo enredado ao amor que por ti nutri, e convicto de que não te amo, me entrego a confessar que, por mais que assim não deseje, jamais seria capaz de me esquecer dos momentos em que te amei... Dura cousa é afirmar tal acto.

Vejo que o tempo passou e aquilo que de inicio me parecia a morte aos poucos vai se tornando taciturno e assim posso ainda respirar. Por mais que tua lembrança que do nada vem, soberana me rouba o ar e de imediato me acomete com tal escuridão que mais parece a morte. Vejo ao fundo, distante talvez que ainda restou algo. Foram tantas juras, lágrimas e pulsante ainda vive está indagação, me apunhalando machuca: Porque?

São tantas as respostas que não tenho, momentos que vão se esvaindo, porém parece roubar-me algo, como se desejassem levar uma parte de mim antes que partissem, muitos se foram, em meio a lágrimas, noites sem sono, poemas melancolicos. Entre um gole e outro de nostalgia me embriaguei ao ponto de perder pelo caminho da amargura alguma coisa bela de ti, que de tão bela me enclausura em constante tristeza. Assim ressaqueado ao então novo, que mais parece o mesmo, amanhecer, contemplo as feridas mais sei que algo se foi...

Talvez ainda desconheça a dor quando o coração parece parar de respirar e a alma sufocada solta um grito de silêncio que inunda o peito, talvez nunca há de saber o quão grande é tal dor, pois não á desejo tal presente, ninguém seria merecedor, só puderam sentir aqueles que tiveram a grandeza de amar, acredito que por isso não passarás por tal desventura.

Obrigado por um dia Ter existido em minha vida, é por isto que agora findo este lamuriar que jamais poderá ler e após mais uma madrugada em claro, sinto um intenso vento matinal em minh’alma.

Tu não estás mais aqui....

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 30/09/2006
Reeditado em 30/09/2006
Código do texto: T252826