Seja feita essa vontade! - Ao amor dos apaixonados

Quem escreve é teu amante, que perdido nessa noite de frio busca o teu calor perto das chamas da lareira. Riscando no papel a amarga certeza da distância que nos separa, confiando que o dia amanheça eu parta ao encontro de minha donzela, escondida e aprisionada no coração do homem que não a ama. Por decisão que não foi tua, bem sei que queres o "amor" desse vil, que te afaga com uma mão e roubas tua honra e beleza de flor com a outra, profanando o teu corpo, deixando-te impura.

O meu coração está dilacerado ó amada minha, não consigo conter-me em saber que outro braço te afaga, que outra boca te beija, que estamos longe um do outro pela fatalidade de nossos destinos. Quem me dera puder te ver outra vez e te arrancar desses braços que não cuida de ti meu lírio do campo, que te faz chorar ao invés de sorrir, que amarga o teu sabor, que não queres o teu amor.

Eu daria minha vida para te ver novamente, pegaria meu cavalo e sairia ao teu encontro se soubesses que iria me ver, mas não podemos trocar olhares, nem carinhos, nem palavras. Escrevo essa carta, na esperança de que meu amigo, teu cocheiro, vá e leve-a até ti em teus aposentos e te dê a esperança do meu amor que vai junto com esse papel.

Não desistas de mim ó amada minha! Sou valente, aguerrido e carregarei meu coração na ponta da espada, por ti se preciso for, farei o quer que seja, sobre a terra, mar e céu, trarei a ti as mais belas, flores, as estrelas, te darei o meu amor emoldurado com o brilho da lua, por isso te peço, não desistas de mim ó amada minha.

Estou a meses por esperar uma resposta tua, mas ainda não vi meu amigo, ele não retornou ao meu encontro com boas novas, afim de animar meu coração, que já clamava pela morte por não ti ter aqui comigo. Constance minha amada, fujas comigo, irei ao teu encontro resgatar-te desse vil, me deixa te roubar desse pesadelo que não tem fim, me deixa te levar pra longe desse inferno na terra, que é a distância entre nós. Estou a chorar há dias, meu corpo está debilitado, não me alimento e esperança de não conseguir mais te ver cresce cada vez mais, manda um sinal de que ainda me queres, ou dá-me a sentença que me libertará desse mal que é não ser teu.

Constance, por mais uma vez te peço fujas comigo, irei ao teu encontro e te roubarei para mim e como vivemos antes será melhor agora muito mais.

Do seu amante e eterno apaixonado,

Rafael

amilessej
Enviado por amilessej em 11/10/2010
Código do texto: T2550279
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